ASSOCIAÇÃO ENTRE SEXO E FUNÇÃO PULMONAR DE CRIANÇAS PREMATURAS HÍGIDAS EM IDADE ESCOLAR

Bruna Schmidt da Silva, Marciele Silveira Hopp, Caroline Heemann Vione, Dannuey Machado Cardoso, Letícia Corrêa de Barros, Dulciane Nunes Paiva

Resumo


Ocorrem cerca de 15 milhões de partos prematuros no mundo, representando 10% do total de nascimentos. Os mesmos ocasionam complicações aos bebês e um consequente aumento da demanda de atendimentos nas unidades de tratamento. Uma das complicações mais frequentes da prematuridade é o desenvolvimento de doença pulmonar crônica, sendo de elevada morbimortalidade e responsável por causar danos irreparáveis aos bebês prematuros que sobrevivem ao período neonatal. Os hormônios sexuais exercem efeitos reguladores no desenvolvimento pulmonar antes e durante o período neonatal, ocasionando diferenças físicas e fisiológicas no desenvolvimento do sistema respiratório em bebês. O desenvolvimento da função pulmonar acompanha proporcionalmente o incremento da idade atingindo o pico de velocidade de crescimento aos 10 anos para as meninas e 12 para os meninos. Diagnosticar precocemente a função pulmonar nesta população possibilita classificar a gravidade e controlar a evolução de eventual doença pulmonar. A espirometria é o teste ideal para avaliar e diagnosticar precocemente a presença de alterações na função pulmonar nessa população. Objetivou-se avaliar a influência do sexo sobre a função pulmonar de escolares hígidos nascidos pré termo. Estudo transversal que avaliou escolares hígidos nascidos prematuros com idade gestacional menor que 37 semanas, sendo os mesmos alocados pelo sexo no Grupo Feminino (GF) e no Grupo Masculino (GM). Foram avaliados o peso corporal, altura e índice de massa corporal (IMC) por meio de balança corporal antropométrica (Filizola Beyond Technology®, Brasil). A função pulmonar foi avaliada por meio de espirômetro portátil digital (Microloop Care Fusion®, EUA), sendo obtidos o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), a capacidade vital forçada (CVF), a relação VEF1/CVF, o volume expiratório forçado entre 25 à 75% da CVF (VEF 25à75%), o volume expiratório forçado em 50% da CVF (VEF50%) e o volume expiratório forçado em 75% da CVF (VEF75%). Amostra (n=49) composta por crianças com média de idade gestacional de 35,08 ± 1,49 semanas e idade de 7,14 ± 1,06 anos, em que GF (n=22) apresentou idade gestacional de 35,09 ± 1,71 semanas, 7,36 ± 1,06 anos e IMC de 18,52 ± 3,01 Kg/m2 e o GM (n=27) apresentou idade gestacional de 35,07 ± 1,35 semanas, 6,96 ± 1,03 anos e IMC de 16,98 ± 2,24 Kg/m2. Não foram constatadas diferenças no VEF1(%) (p=0,390), na CVF(%) (p=0,998), no PFE (%) (p=0,225), na relação VEF1/CVF(%) (p= 0,239), no FEF25-75%(%) (p= 0,917), no FEF50%(%) (p= 0,637) e no FEF75% (%) (p= 0,630) entre os grupos analisados, no que se refere aos percentuais dos valores preditos. O presente estudo não demonstrou diferenças significativas entre os sexo feminino e masculino em relação à função pulmonar de nascidos prematuros, constatando que o sexo não exerce influência nas variáveis espirométricas de nascidos pré termo em idade escolar.

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