EFEITOS DA PRESSÃO POSITIVA EXPIRATÓRIA SOBRE A CAPACIDADE DE EXERCÍCIO EM SUJEITOS ACOMETIDOS POR DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Darion Ferreira, Paloma de Borba Schneiders, Elisabete Antunes San Martin, Kamila Mohammad Kamal Mansour, Lisiane Lisboa Carvalho, Andréa Lúcia Gonçalves da Silva

Resumo


A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada pela limitação persistente e progressiva do fluxo aéreo, com efeitos pulmonares e extrapulmonares resultantes de repercussões sistêmicas, tais como alterações cardíacas, comorbidades e intolerância ao exercício. A utilização de métodos não invasivos, como a pressão positiva expiratória nas vias aéreas (EPAP) em sujeitos acometidos por DPOC, consiste na aplicação expiratória, com o propósito de manter uma pressão positiva nas vias aéreas dando suporte ventilatório e reduzindo a carga e o trabalho dos músculos respiratórios, aliviando a dispneia, reduzindo a frequência respiratória e melhorando a oxigenação arterial. Objetivou-se avaliar os efeitos da EPAP sobre a tolerância ao exercício em portadores de DPOC. Estudo transversal randomizado que avaliou 19 portadores de DPOC de moderado a muito severo através do teste de caminhada de seis minutos (TC6m) em 2 momentos, sendo estes TC6m isolado (G1) e TC6m com EPAP (G2). Foram analisadas no repouso (5 minutos), durante o TC6m e recuperação pós teste (após descartar-se o 1º minuto) a saturação periférica de oxigênio (SpO2), frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), BORG-esforço (BORG-e), BORG-dispneia (BORG-d), pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e duplo produto (DP). Utilizou-se análise de variância para estimar a diferença dentro dos grupos e teste t de Student para a diferença entre os grupos. Nível de significância: p=0,05. Houve predominância do sexo masculino (73,7%), idade adulta (63,7±7,4 anos) e volume expiratório forçado no primeiro segundo 44,9±21,9 %predito. Dentro e em ambos os grupos: durante o TC6m verificou-se aumento da FC (G1: p=0,002; G2: p=<0,001), do BORG-d (G1: p=0,003; G2: p=0,016), do DP (G1: p=0,002; G2: p<0,001) e redução da SpO2 (G1: p=0,018; G2: p<0,001) que recuperou-se pós o termino do teste [G1: SpO2 (p=0,006); G2: SpO2 (p=0,003)]. Somente G2 recuperou significativamente a FC (p=0,030) pós teste. Diferenças significativas também foram observadas entre os grupos: no repouso para a SpO2 (G1=94,1±18 vs G2=95±2,1, p=0,002) e FR (G1=19±4,6 vs G2=17,2±4,1, p=0,046); e na recuperação pós TC6m para a FR (G1=21,6±3,1 vs G2=19,8±4,8, p=0,025). Entretanto, não houve diferença significativa para distância percorrida em metros e %predito no TC6m, BORG-e e PAD tanto no repouso, quanto durante e recuperação pós teste. O uso do EPAP de 5cmH2O, apesar de não influenciar na tolerância ao exercício, causa efeito positivo na SpO2 e FR de repouso e proporciona atenuada melhora na recuperação da FC e SpO2 pós TC6m.


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