SENTIDO DE VIVER E IDEAÇÃO SUICIDA: COMO ESSAS QUESTÕES SE ARTICULAM NA ADOLESCÊNCIA

Rafaela da Rosa, Andréia Lúcia Beckenkamp, Rosangela Lacerda, Rosangela Lacerda, Paula Morgana Santos, Roselaine Berenice Ferreira da Silva

Resumo


O projeto de pesquisa “Sentido de viver e ideação suicida: como essas questões se articulam na adolescência” teve seu início em 2015, com a proposta de aprofundar os estudos na temática do Suicídio, voltados a adolescência mais relacionados às experiências dos adolescentes na faixa etária entre 15 e 19 anos, estudantes na rede pública no município de Santa Cruz do Sul, analisando-se aspectos sociais e constitucionais desse adolescente, e como lida com sentimentos relacionados a perdas, frustrações, bem como possível estado de resiliência. Os instrumentos aplicados consistiram em uma Ficha de dados pessoais com o objetivo de caracterizar e descrever os sujeitos em estudo; o Inventário de Depressão de Beck (BDI) e Escala de Desesperança de Beck (BHS), todos validados para a população não-clínica de adolescentes e a Escala de Neuroticismo (EFN). Para o desenvolvimento deste estudo, foram realizados contatos com escolas públicas obtendo-se a autorização necessária para a participação dos adolescentes.  Os resultados encontrados nos instrumentos aplicados apontam para a constatação de que os jovens na faixa etária entre 15 e 19 anos apresentam algumas características, as quais merecem atenção, respondidas na ficha sócio demográfica: no item que investiga se o adolescente já trocou de escola, 80,5% respondem afirmativamente; no item que indaga sobre a existência de alguma mudança financeira na família, 41,5% respondem de forma positiva; 79, 8% depende financeiramente dos pais; 46,2% vivenciou perdas de algum familiar próximo nos últimos dois anos; 48,7% possui pais separados; 88,1% afirma possuir sentimentos positivos em relação a sua família; 85,6% afirma não possui algum amigo mais próximo ou confidente; 94,6% revela que mantém amizades por contatos virtuais; 72,6% afirmam divertir-se com amigos; 81,2% possuem percepção positiva acerca da relação conjugal de seus pais; 95,7% possui vontade de viver. Em relação aos instrumentos aplicados, nas Escalas Beck, foram identificados resultados mínimos para os índices de depressão e desesperança, avaliados na Escala de Depressão de Beck (BDI) e Escala de Desesperança de Beck (BHS). Portanto, pode-se afirmar que, nesta amostra, a ideação suicida, representada pelo nível de desesperança em nível grave, não é significativa. Contudo, a desesperança em nível moderado aponta para um sinal de alerta, conforme normas de correção e interpretação do instrumento. Nesse momento, é como se o adolescente estivesse exposto a um possível risco de apresentar uma ideação suicida, caso haja a presença de fatores externos ou internos que justifiquem a elevação de um nível moderado para grave. Destacamos que o exposto neste relatório parcial da pesquisa, consiste em análise preliminar dos dados obtidos até o presente momento. A intenção para este ano é não somente ampliar a amostra, com maior número de escolas e sujeitos, mas, cumprir os objetivos que ainda faltam serem atingidos, como identificar de forma mais aprofundada os adolescentes que apresentaram fatores de Neuroticismo mais elevados e quais destas variáveis estão mais associadas com a ideação suicida. Da mesma forma, verificar se existe uma correlação entre ideação suicida e quadros clínicos de Neuroticismo. 


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