ESTUDO DE IMPACTO DE CHUVA DE GRANIZO SOBRE COBERTURAS RESIDENCIAIS COM TELHAS DE FIBROCIMENTO E DE MATERIAIS RECICLADOS

Ana Julia Metz, Rafael Henn, Marcus Daniel Friederisch dos Santos

Resumo


A cobertura é a parte mais exposta de uma edificação e também a que mais sofre com as mudanças climáticas e com a ação de granizo. A região Sul do Brasil é anualmente exposta a intempéries como granizo e vendavais, o que provoca o destelhamento e danificação de coberturas de muitas residências. A telha mais utilizada no país é a de fibrocimento, produto resultante da mistura homogênea, em presença de água, de cimento Portland, agregados, adições ou aditivos e fibras de origem mineral (crisotila). As mesmas são utilizadas principalmente na cobertura de edificações comerciais, industriais, rurais e moradias populares. Isso se deve, principalmente, ao baixo custo inicial e por ser encontrada em diferentes modelos, dimensões e espessuras. Conforme a NBR 7196:2014, as telhas devem resistir à ação do vento e da chuva, além das solicitações de flexão oriundas do seu peso próprio. Segundo SANTOS (2016), há registro de chuvas de granizo com aproximadamente, 50 mm de diâmetro na região Sul do Brasil, o que não condiz com o ensaio normativo da NBR 7581-2, assim como a NBR 15575-5, pois o diâmetro da esfera para ensaio exigido nas duas normas é de apenas 25,4 mm (1 polegada), sendo a mesma metálica. Em contrapartida a ASTM D 3746 especifica, em seu ensaio de corpo duro, que a esfera de impacto deve ser de gelo, lançada com o auxílio de um protótipo projetado para realizar o lançamento de granizo, que com o auxílio do ar comprimido reproduz a velocidade e pressão com que a esfera atinge a telha em questão. Na normativa americana, deve-se respeitar o diâmetro de 50 mm, condizendo com a incidência do fenômeno no hemisfério Norte. Visando reproduzir as esferas de gelo que já atingiram a região Sul, fez-se de 50 mm e 25 mm (mais frequente), assim o impacto fica mais próximo da realidade das chuvas de granizo de grande intensidade que ocorrem na Região Sul do Brasil. Tendo em vista comprovar que as telhas que atualmente são comercializadas no Brasil não resistem às chuvas de granizo recorrentes na região sul do país, estudou-se a resistência mecânica e inclinação de três espessuras de telha de fibrocimento e também um tipo de telha nomeada “ecológica” (contém na sua composição fibras naturais ou materiais reciclados) quanto à ação de chuva de granizo, principalmente comparando as exigências de normas brasileiras em relação às internacionais, tendo em vista discutir o ensaio que está sendo exigido pela norma de desempenho que está em vigor atualmente para todo o território nacional.

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