PSICOLOGIA POSITIVA E ECONOMIA CRIATIVA: RELAÇÕES IMPORTANTES PARA O DESENVOLVIMENTO DA INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

Marcia de Bastos Braatz, Gabriela Zucchetti Kessler, Ricardo Melo Czekster, Marcus Vinicius Castro Witczak, Rejane Frozza, Liane Mahlmann Kipper

Resumo


As relações de trabalho estabelecidas desde o início do século XX, pelos modelos de produção em massa, introduzidos pelo modelo fordista, vem caracterizando-se cada vez mais como inadequadas e ineficientes, principalmente na economia criativa e na indústria criativa que tem como base do trabalho a criatividade e a inovação. Neste sentido, repensar as relações de trabalho é indispensável, principalmente no cenário atual, pós globalização, em que a emergência de necessidades contemporâneas exige soluções atípicas advindas de ideias criativas e inovadoras. Porém, apenas é possível se pensar em ideias criativas e inovadoras a partir de um ambiente organizacional propício a este processo. Empresas que possuem políticas de suporte social e mantém sua cultura organizacional voltada para ao incentivo às potencialidades e focando no bem-estar dos seus colaboradores, possuem o capital psicológico como vantagem empresarial, além de obterem um melhor desempenho e engajamento de seus colaboradores. A psicologia positiva emerge justamente para tratar das concepções relacionadas às potencialidades dos sujeitos, deixando de lado o já consolidado campo de atuação psicológico voltado para a díade saúde/doença, não em contraponto, mas sim como forma de complemento. A emergência da psicologia positiva no final do século XX trouxe um novo paradigma psicológico para a compreensão das relações interpessoais, em especial as relações estabelecidas entre os sujeitos e seu meio. Essa compreensão diz respeito ao nível de bem-estar e por consequência o florescimento das potencialidades do ser humano. Os aspectos metodológicos abordados nesta pesquisa referem-se à pesquisa bibliográfica. Para tal, realizou-se a pesquisa na base de dados Google Scholar, no mês de junho deste ano. Com o termo de busca “Psicologia Positiva” e sua relação com “Economia Criativa”. Dos primeiros resultados encontrados destaca-se que a inserção do psicólogo no âmbito do trabalho teve seu desencadeamento a partir da segunda guerra mundial. Neste momento histórico a psicologia passa a focar-se na demanda de sofrimento psíquico originárias do período pós-guerra (PUREZA et al. 2012). Desde então as relações de trabalho, como foco de intervenções e estudos de psicologia, referem-se à díade saúde/doença. Segundo Seligman e Csikszentmhihalyi (2000) referenciados por Marujo et al. (2007, p. 117), “desenvolveu-se uma concepção e abordagem do ser humano baseada e influenciada, pela doença mental e pelas disfuncionalidades dos sistemas e organizações”. Pureza et al. (2012) ressalta que a partir dos anos 70, ao referenciar a Organização Mundial da Saúde (OMS), introduziu-se o modelo biopsicossocial para a compreensão do conceito de saúde, procurando distanciar-se do modelo médico e se aproximar aos aspectos colaborativos para a qualidade de vida. Neste sentido, a psicologia positiva aborda o Capital psicológico como sendo um recurso a ser cultivado e utilizado nas relações de trabalho o quê é importante para o desenvolvimento da economia criativa. Luthans e Youssef (2004) reforçam que as capacidades psicológicas formam o capital psicológico positivo, que se referem ao “quem sou”; diferentemente do capital humano, que se refere ao “o que sei” e, ao capital social, representando “quem conheço”. Estes construtos aplicados ao campo do trabalho e organizacional não apenas beneficiam a organização, mas também seus colaboradores e o desenvolvimento da inovação.

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