ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA NA CIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL/RS

Gabriel Hauschild, Rosí Cristina Espíndola da Silveira

Resumo


O presente trabalho foi realizado através do Projeto de Pesquisa: “Aproveitamento de água de chuva: métodos, tecnologias, viabilidade econômica e interface com a drenagem urbana”, o qual está vinculado ao Departamento de Engenharia, Arquitetura e Ciências Agrárias (DEAA) e ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR), ambos da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. O mesmo tem aderência à linha de pesquisa “Território, Planejamento e Sustentabilidade” e às áreas do conhecimento: Ciências Exatas, da Terra e Engenharias e Ciências Sociais e Aplicadas. Através da análise de dados pluviométricos do período compreendido entre os anos de 2004 e 2016, na cidade de Santa Cruz do Sul, obtidos juntamente à Estação Pluviométrica da UNISC e disponibilizado pelo Núcleo de Gestão Pública (NGP/UNISC), pôde-se traçar um perfil das precipitações na unidade de planejamento estudada, conhecida como microbacia urbana do Jucuri, a qual contempla edificações residenciais e comerciais, áreas com loteamentos recentes e em processo de urbanização, áreas de risco geológico do cinturão verde da cidade, áreas de preservação permanente, cabeceira do aeroporto da cidade, pequeno trecho de rodovia estadual e a principal entrada na cidade, pelo acesso Grasel. Através do software Google Earth foi realizado um levantamento das áreas de cobertura e das áreas de jardim das residências localizadas na região. Estabeleceu-se então faixas de áreas de captação de água de chuva e também de área jardim, para assim analisar a viabilidade técnica de instalação do sistema de aproveitamento de água de chuva para cada uma delas. Estes dados serviram como subsídio para os cálculos propostos pela NBR 15527 (ABNT, 2007) - “Água de chuva - Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis - Requisitos” o qual recomenda os parâmetros para obtenção dos volumes de reservatórios de água de chuva. Estes foram dimensionados para abastecer uma residência unifamiliar em duas situações: uma considerando uso da água captada para rega de jardim, lavagem de carro e descarga sanitária, e outra hipótese desconsiderando o uso da água captada para descarga sanitária. Buscou-se variar a frequência de uso em cada uma das categorias, para assim obter diferentes valores de volume de reservatórios. Foram utilizados o software excel para os dimensionamentos e os seguintes métodos de cálculo: Método de Rippl, Método da Simulação, Método de Azevedo Neto, Método Prático Alemão, Método Prático Inglês e Método Prático Australiano. Verificou-se que alguns métodos apresentam divergência no resultado final do volume do reservatório, conforme a faixa de área de captação determinada no cálculo. Para uma área de captação de 45 m² o Método da Simulação apresenta um valor de volume de reservatório de 10,0 m³, considerando uma demanda mensal de 5,84 m³. Já o Método de Azevedo Neto apresenta para a mesma área de captação um volume de 5,0 m³. Isso ocorre pois alguns métodos levam em conta fatores como a demanda mensal ou anual, e também porque alguns métodos são mais conservadores do que outros. Alguns métodos resultam em valores tecnicamente viáveis de volume de reservatório, que poderiam ser implantados considerando as características residenciais da região analisada. Já outros proporcionam um superdimensionamento do reservatório para água não potável, inviabilizando portanto sua utilização.


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