APLICAÇÃO DE FT-IR PARA QUANTIFICAÇÃO DE ATIVIDADE ANTIOXIDANTE PELO MÉTODO DPPH EM FARINHA DE MANDARINA

Priscilla De Bastos Souza, Ana Lúcia Becker Rohlfes, Nádia de Monte Baccar, Liliane Marquardt, Pedro Henrique Matos Pereira, Valeriano Antonio Corbellini

Resumo


As frutas cítricas protagonizam o mercado da fruticultura no Brasil. Anualmente, o país produz cerca de 960 mil toneladas de tangerinas também conhecidas como mandarinas (Citrus reticulata). No entanto, a citricultura brasileira destina a maior parte de sua produção para a indústria de sucos gerando quantidade significativa de resíduo ao longo de sua cadeia produtiva. Entre os benefícios promovidos pelo consumo de mandarinas destaca-se o combate ao estresse oxidativo, uma propriedade relacionada aos compostos antioxidantes presentes na fruta. A partir do fruto obtêm-se a farinha do vegetal. No produto permanecem os compostos que têm potencial antioxidante, tornando possível a utilização do vegetal pulverizado na produção de massas para panificação que trarão benefícios ao consumidor. Nesse sentido, este trabalho objetivou aplicar a Espectroscopia de Absorção Molecular no Infravermelho com transformada de Fourier (FT-IR) para quantificar atividade antioxidante em farinha de mandarina. Foram analisadas, em triplicata, farinhas produzidas a partir de mandarinas provenientes de três cidades do Vale do Rio Pardo por meio do ensaio de eliminação de radicais DPPH (2,2-Difenil-1-Picril-Hidrazil). Inicialmente foram preparados extratos de cada amostra de farinha suspendendo-se 3 g de amostra em 50 mL de mistura etanol:água (7:3, PH 2,0 com HCl) por 24 h, seguida por filtração para a preparação de extratos de farinhas puras e de misturas. Alíquota de 40µL de extrato de farinha foi misturada com 1.360 µL da solução de DPPH 9,64 x 10 -3 mM em etanol:água (7:3, pH 2,0 com HCl) e incubou-se durante 40 minutos no escuro. Após, foi monitorado o decréscimo na absorbância da solução resultante em espectrofotômetro UV/Vis, no comprimento de onda 517nm. Posteriormente, as mesmas amostras de farinha foram analisadas por FT-IR via Reflectância Total Atenuada (ATR), em 4000-650 cm-1, com 8 pulsos de varredura e cm-1  de resolução. Os espectros foram normalizados pela amplitude, pré-processados por centragem na média e correlacionados com a atividade antioxidante via Mínimos Quadrados Parciais (PLS). As amostras, obtidas a partir de diferentes partes do fruto (casca, bagaço e polpa) apresentaram em média 11,15 ± 6,86% de atividade antioxidante. Quando expressa em equivalentes de ácido gálico (EAG) (mM /100 g), as atividades antioxidantes variaram de 0,11 a 19,35 EAG mM/100g. A análise por Componentes Principais indicou que com nove PCs foi possível alcançar a variância de 99,57%. O modelo PLS/ATR/DPPH foi otimizado empregando nove fatores em que apresentou coeficiente de correlação R2 = 0, 999946 e erro quadrático médio padrão de validação cruzada RMSECV = 0, 48 mM /100 g de EAG. Dessa forma, o modelo comprovou ser preditivo para a análise da atividade antioxidante de farinha de mandarina.

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