EFEITO DOS AGROQUÍMICOS UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DE GÉRBERA E CRISÂNTEMOS SOBRE O ÁCARO PREDADOR PHYTOSEIULUS MACROPILIS (ACARI: PHYTOSEIIDAE)

Gustavo Henrique Lambert, Ândrea Pozzebon Silva, Juliana Granich, João Carlos Siebert, Noeli Juarez Ferla, Eduardo Alexis Lobo Alcayaga

Resumo


Os ácaros predadores da família Phytoseiidae (Acari: Mesostigmata) são considerados eficientes agentes de controle biológico de ácaros fitófagos em sistemas de produção de flores, particularmente crisântemos e gérberas em estufas, entretanto, a utilização de agrotóxicos tem sido a principal estratégia adotada pelos produtores para a realização de seu manejo, prática que acaba promovendo diversos e até graves problemas ambientais e econômicos, como a contaminação dos alimentos, água e solo, maior custo de manejo, diminuindo assim o lucro obtido na produção, criação de populações de ácaros fitófagos cada vez mais resistentes aos agrotóxicos, além da eliminação de predadores do ambiente impossibilitando a realização do controle biológico. Neste contexto, a pesquisa objetivou analisar os efeitos dos agroquímicos utilizados na produção de crisântemos e gérberas sobre o ácaro predador Phytoseiulus macropilis Banks (Acari: Phytoseiidae), realizando testes de exposição com diversos agroquímicos que são utilização pelos produtores do município de Santa Clara do Sul, RS, Brasil. Os experimentos foram conduzidos no laboratório Labacari da Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES, sendo que os testes foram realizados utilizando o método residual de contato com pulverização por meio de um aerógrafo profissional Modelo SW-775, em arenas foliares de gérbera. Foram testados sete produtos químicos com os seguintes princípios ativos: Abamectina 36,0 g L-1, Espiromesifeno 240 g L-1, Clorfenapir 240 g L-1, Clorpirifós 450 g L-1, Piridabem 200 g L-1, Fenpropatrina 300 g L-1, e Hexitiazoxi 500 g Kg-1. A mortalidade e o efeito dos produtos na reprodução do ácaro foram avaliados diariamente durante um período de oito dias. Os resultados indicaram que os agrotóxicos foram classificados quanto ao efeito total causado ao ácaro (combinação da mortalidade e efeito na reprodução) em quatro classes de toxicidade conforme a IOBC/WPRS. Fenpropatrina, Clorpirifós e Piridabem provocaram mais de 99% de mortalidade (classe 4, nocivo), Clorfenapir, Abamectina e Hexitiazoxi provocaram mais de 84% de mortalidade (classe 4, nocivo), e Espiromesifeno provocou 21,6% de mortalidade (classe 1, não nocivo) em 192h. Desta forma, concluímos que os resultados comprovam que os agroquímicos testados, com exceção do Espiromesifeno, caracterizam-se como nocivos para a manutenção e o desenvolvimento do ácaro predador, comprometendo significativamente a realização do controle biológico sobre ácaros fitófagos em cultivares de crisântemos e gérberas.

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