EXTRATO DE NEEM (AZADIRACHTA INDICA) COMO BIOPESTÍCIDA EM CULTIVO DE ARROZ

Graziele Dutra Stumm, María Muñoz Arbeláez, Andreas Köhler, Geovanna Tafur

Resumo


O arroz é um dos cereais mais consumidos a nível mundial, perdendo somente para o trigo. É considerado uma fonte importante de alimento e geração de empregos na região de Orinoquia-Colômbia, e a nível mundial, sendo a base nutricional de mais da metade da população Colombiana. Em grande parte dos cultivos, um dos fatores que mais ocasiona perdas de produção e qualidade do produto final são as pragas, que na grande maioria dos casos são indivíduos da Classe Insecta. Nos dias de hoje, o controle de insetos se dá principalmente através de inseticidas químicos, que além de reduzir a eficácia de controle biológico, gerar resistência a muitos insetos, também acabam por intoxicar o solo e as águas próximas aos cultivos, podendo causar risco a saúde pública. Buscando alternativas de controle mais sustentável, que reduza o dano e o desequilíbrio ecossistêmico, este trabalho objetivou desenvolver um biopesticida botânico através do desenvolvimento de um extrato de Neem (Azadirachta indica) (Jussieu; 1830). O Neem contém em sua estrutura química, limonóides, toxinas que geram efeitos sub-letais em insetos, como a inibição do crescimento e desenvolvimento de larvas, mudanças no comportamento e agentes repelentes, entre outros. Reduzindo os custos de produção, produzindo alimentos de maior qualidade e ambientalmente amigáveis. A pesquisa foi desenvolvida na Universidade Nacional da Colômbia, sede de Orinoquia, na cidade de Arauca, Colômbia. Inicialmente se realizaram trabalhos de preparação de solo, valetas para escoamento e drenagem de agua e divisão de parcelas de 20 m2. Após esta primeira etapa, houve o plantio do arroz, a colheita de folhas de Neem para secagem e o preparo de extrato, e instalação de armadilhas para captura e identificação dos insetos presentes. Foram preparadas em laboratório de Química da Universidade, três concentrações de extrato aquoso, e um tratamento teste, (T1=5%, T2=10%, T3=20% e T4=00%) em que 5% representa 50g/l, 100g/l, 200g/l e 0g/l. Estas, foram aplicadas uniformemente nas parcelas experimentais de bloques completos ao azar, uma vez por semana, durante quatro semanas. Em campo, as amostragens de campo foram realizados também semanalmente, durante quatro semanas.  Para avaliar a eficácia das concentrações do extrato, os insetos capturados eram levados a laboratório, onde eram processadas e identificadas até nível mais específico possível. Foi processado um total de 7418 indivíduos, pertencentes a 12 ordens.   A ordem mais representativa foi Diptera (2720), seguido de Hemiptera (1854) e Coleoptera (1045). Não se obteve neste projeto pragas significativas, já que os insetos considerados pragas em cultivo de arroz, estiveram abaixo do umbral de dano. A família com maior importância no presente trabalho foi Delphacidae, onde se capturaram 92 indivíduos. Segundo bibliografia, o Neem tem efeitos distintos, conforme o indivíduo, indicando que podem atingir mais de 300 espécies de insetos. As ordens mais importantes do arroz, que sofrem efeito do Neem são Coleoptera, Diptera, Homoptera, Hemiptera, Orthoptera e Lepidoptera. Na comparação entre extratos e tratamento teste (0%) o extrato 3 obteve uma eficácia de 74%, concluindo assim que o extrato tem efeitos positivos sobre o cultivo (Barbosa, 2007). Diversos outros trabalhos comprovam a eficácia da utilização do extrato de Neem em diferentes formas, cultivos e concentrações, tornando este trabalho, que visa a concretização da eficácia do extrato, de extrema importância.


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