USO DAS CATEGORIAS DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE PARA DESCRIÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE E FUNCIONALIDADE

Sabrina Antonio de Souza, Sérgio Júnior Zonta, Kamila Mohammad Kamal Mansour, Tania Cristina Malezan Fleig

Resumo


A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (ICF) é uma ferramenta recente no campo da saúde e pode ser utilizada na clínica do fisioterapeuta. O uso da ICF nos contextos das condições de saúde são múltiplos, destacando-se o potencial do modelo conceitual para a compreensão do estado de saúde e funcionalidade da pessoa. O registro do uso das categorias da ICF para classificação da funcionalidade parece ser facilitador para o raciocínio clínico e o registro das metas e condutas que tenham impacto nos elementos que a constituem nos componentes das funções do corpo (b), estruturas do corpo (s), atividades e participações (d), fatores ambientais (e), fatores pessoais e condições de saúde. Objetivou-se identificar na população assistida pelo estágio em Saúde Coletiva aquela com distúrbios cardiorrespiratórios e musculoesqueléticos, classificando a funcionalidade através da ICF.  Foram realizados estudos retrospectivos na análise dos prontuários de portadores de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), avaliadas no período de 2016 e 2017 pelos estagiários em Fisioterapia. A formulação do diagnóstico fisioterapêutico foi adotada a linguagem baseada no movimento humano a partir de questões norteadoras para a classificação. Os dados foram alocados no SPSS® e exibidos em número (n) e frequência (%). Dos 614 prontuários, 49 (10,5%) foram selecionados, sendo 20 indivíduos com distúrbios cardiorrespiratórios e musculoesqueléticos associados e 29 que possuem somente distúrbios cardiorrespiratórios. Fizeram parte da amostra 12 indivíduos do sexo masculino (24,5%) e 37 do sexo feminino (75,5%). Para o componente função do corpo, as categorias mais recorrentes foram: função da respiração (b440) (n=32; 65,3%), funções da força muscular (b730) (n=16, 35,7%) e função da pressão arterial (b420) (n=17; 34,7%). Para estrutura do corpo, as categorias foram: pulmões (s4301) (n=21; 42,9%), coração (s4100) (n=5, 10,2%) e músculos da respiração (s4303) (n=15; 30,6%). Quanto à atividade e participação, as categorias frequentes foram realizar a rotina diária (d230) (n=17; 34,7%), andar (d450) (n=14, 28,6%) e realizar tarefas múltiplas (d220) (n=11; 22,4%). Dentre os fatores ambientais facilitadores, os mais presentes foram: profissionais da saúde (e355) (n=34; 69,4%), família próxima (e310) (n=18; 36,7%) e serviços, sistemas e políticas relacionadas à saúde (e580) (n=11; 22,4%). Como fatores ambientais barreiras: clima (e255) (n=9; 18,4%), família próxima (e310) (n=8; 16,3%) e atitudes individuais de membros da família próxima (e410) (n=8; 16,3%). Foi possível identificar através das categorias mais frequentes, em cada componente, que as mesmas refletem a funcionalidade das pessoas acometidas por distúrbios cardiorrepiratórios e musculoesqueléticos. O modelo teórico-conceitual da ICF pode orientar o raciocínio clínico do fisioterapeuta na elaboração do diagnóstico, planejamento das metas e intervenções, documentando as informações clínicas dos pacientes, favorecendo o acompanhamento do impacto das intervenções fisioterapêuticas e o processo de cuidado em saúde. De pronto há o reconhecimento da população assistida pelos estagiários, e na sua maioria apresentaram distúrbios cardiorrespiratórios, porém também foram acometidos musculoesqueléticos, não desprezando a existência de comorbidades.


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