VESPAS SOCIAIS (VESPIDAE: POLISTINAE) ASSOCIADAS A CULTIVOS ORGÂNICO E CONVENCIONAL DE TABACO (NICOTIANA TABACUM L.) NO RIO GRANDE DO SUL

Danieli Luiza Breunig, Andreas Köhler

Resumo


Entre os insetos, Hymenoptera compreende uma das quatro ordens mega-diversas com cerca de 150.000 espécies descritas e mais de 100 famílias, incluindo insetos popularmente denominados vespas, abelhas e formigas. Vespidae é composta por seis subfamílias monofiléticas, Eumeninae, Euparagiinae e Masarinae possuem um caráter solitário e Polistinae, Stenogastrinae e Vespinae possuem algum grau de socialidade. Apenas Eumeninae, Masarinae e Polistinae ocorrem naturalmente no Brasil e no estado do Rio Grande do Sul. O conhecimento em relação à fauna de Vespidae ainda é escasso no estado, existindo a necessidade de trabalhos relativos à taxonomia dos organismos viventes. Neste contexto, o objetivo principal deste trabalho foi colaborar para o conhecimento sobre a diversidade de vespas sociais (Vespidae: Polistinae) associadas a cultivos de tabaco no Rio Grande do Sul, disponibilizando uma lista com as espécies registradas para a região. Além disso, contribuir com a ampliação do conhecimento acerca das espécies de vespas presentes em lavouras de tabaco no Rio Grande do Sul, podendo oferecer suporte para o andamento de futuras pesquisas sobre estratégias de conservação e em atividades de manejo de vespas com potencial para o controle biológico. Para a elaboração desta lista, foram analisadas vespas depositadas na Coleção Entomológica de Santa Cruz do Sul (CESC). As amostras foram coletadas na safra de 2009/2010 em diferentes lavouras, com diferentes tratamentos, uma de tabaco convencional, localizada no município de Rio Pardinho, RS, e uma certificada como orgânica, no município de Santa Cruz do Sul, RS. Em todos os pontos foram instaladas uma armadilha de Malaise, totalizando 14 amostras por coleta. O material encontrava-se acondicionado na coleção em frascos com álcool 70%. O trabalho inicial consistiu na montagem destes indivíduos em alfinetes entomológicos, todos receberam etiquetas com os respectivos dados de coleta e após foram identificados em nível de espécie, com o auxílio de bibliografia especializada e confirmação de especialista na área. Para análise dos dados, utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson. Foram identificados, no total, 121 espécimes distribuídos em 13 espécies diferentes dentro da subfamília Polistinae. É possível observar que a riqueza de espécies no cultivo orgânico foi maior que no convencional, com 11 e 6 respectivamente. Polybia scutellaris foi a espécie que apresentou o maior número de indivíduos em ambos os cultivos. Infere-se que a abundância de recursos possa ser fator de considerável influência na composição desta população, fato este que pode ser corroborado com uma análise de correlação. Outra hipótese para a presença expressiva de P. scutellaris seria em decorrência da maior atividade de forrageamento, comportamento que é comum em espécies da subfamília Polistinae. Ainda, este grupo de vespas formam colônias de grandes tamanhos, tornando a coleta deste grupo mais eficiente. O estudo deste táxon é fundamental para o plantio de tabaco, já que a função como predador natural já foi comprovada para outras culturas.

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