CAPACIDADE FUNCIONAL, RESPOSTA CARDIOCIRCULATÓRIA E SUA CORRELAÇÃO COM RISCO CARDIOVASCULAR EM INDIVÍDUOS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

Camila da Silva Brinques, Sabrina Antonio de Souza, Kamila Mohammad Kamal Mansour, Tania Cristina Malezan Fleig

Resumo


A capacidade funcional (CF) serve como um indicador de independência tanto para o indivíduo realizar as atividades cotidianas, quanto no desempenho de outras atividades que necessitem de maior esforço na sua execução, desta forma, a avaliação da CF denota-se de grande importância quando relacionada aos indivíduos com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Estes apresentam diminuição da CF devido as características e acometimentos causados por suas patologias, sendo possível eleger medidas a serem adotadas para melhorar o desempenho em suas atividades. Portanto, a resposta cardiocirculatória, com o uso das variáveis de duplo produto e o mVO2máx estimado resultam na resposta do trabalho cardíaco durante a execução das tarefas diárias. A investigação destas variáveis quando vinculadas com a análise das medidas antropométricas, que caracterizam a presença de gordura visceral e sobrepeso, podem predizer a possibilidade de riscos cardiovasculares (RCV). O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade funcional, resposta cardiocirculatória e a correlação com o risco cardiovascular em uma amostra de indivíduos com DCNT assistidos pela Fisioterapia na atenção primária em saúde (APS). O estudo ocorreu sob metodologia transversal, realizado na Estratégia de Saúde da Família Arroio Grande – SCS, através do Programa Domiciliar de Reabilitação Respiratória. A amostra foi composta pelos participantes do programa. Foi avaliada a capacidade funcional através do teste de caminhada de 6 minutos (TC6), tendo os dados obtidos durante a avaliação possibilitando o cálculo do duplo produto (DP). Posteriormente obteve-se o valor do consumo de oxigênio do miocárdio (mVO2), em três momentos distintos [repouso (rep), durante o pico do TC6 e no 1º minuto de recuperação (rec)]. Em relação ao RCV, foram analisados o índice de massa corporal (IMC) e a relação cintura-quadril (RCQ). Os dados foram alocados no SPSS® através da análise de variância ANOVA com Post Hoc de Tukey, exibidos em porcentagem (%), média e desvio padrão. Resultados: Os resultados preliminares foram compostos por 7 pacientes, sendo 5 do sexo feminino, média de idade de 65,57±7,1 anos. A distância percorrida foi de 400±44,1 metros correspondendo a 84,91% predito. O DP médio: 10116,19±2585,56 mmHg.bpm e o valor do mVO2=7,72±3,61 ml. Foram encontradas diferenças significativas entre os tempos [DP: rep vs pico(p=0,007)] e [mVO2:rep vs pico (p=0,007)] no TC6. O IMC médio foi de 26,59±4 kg/m² identificando sobrepeso e alto risco dado pelo RCQ em 57,4% (n=4) da amostra (circunferência da cintura: 90,5±8,5 cm; circunferência do quadril:101,2±7,8cm). Os sujeitos acometidos pelas DCNT, avaliados e acompanhados pela Fisioterapia na APS, apresentam capacidade funcional preservada e adequada performance cardíaca em resposta dinâmica ao esforço. Porém, manifestam tendência à RCV em relação ao IMC e à classificação do RCQ. O trabalho demonstra a importância do acompanhamento e monitoramento destes pacientes na APS, focando na prevenção dos agravos, bem como na promoção e educação para medidas de proteção à saúde.

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