CONHECIMENTO DOS CIRURGIÕES DENTISTAS SOBRE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Nadine dos Santos Eckhardt, Augusto Ely Johann, Luis Cesar de Castro, Cassia Regina Gotler de Medeiros, Camila Furtado de Souza, Alessandro Menna Alves

Resumo


As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam a maior parte das demandas do sistema público de saúde brasileiro, tendo as Doenças Cardiovasculares (DCVs) e a Diabetes Mellitus (DM) como as mais prevalentes, representando de 60 a 80% dos atendimentos No mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada ano morrem cerca de 17,7 milhões de pessoas por conta de doenças cardiovasculares, o que significa 31% de todas as mortes no planeta. As principais causas são a má alimentação, inatividade física, consumo exagerado de tabaco e estresse diário. Baseado nessas perspectivas epidemiológicas, é necessário que os profissionais das diferentes áreas da saúde conheçam as necessidades desses indivíduos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o conhecimento dos cirurgiões-dentistas sobre as DCVs. Este trabalho foi desenvolvido pelo grupo multidisciplinar chamado “Grupo de Estudos em Desenvolvimento de Sistemas de Saúde (GEDESS)” iniciou no primeiro semestre de 2018 o projeto “Avaliação de processos e práticas implementados na rede de atenção às pessoas com doenças cardiovasculares e diabetes mellitus”, o qual é formado por professores e estudantes dos cursos de Enfermagem, Odontologia, Medicina, Farmácia e Fisioterapia. A pergunta norteadora desta revisão foi “Qual é o conhecimento dos cirurgiões dentistas sobre doenças cardiovasculares?”. Para realizar a busca dos artigos, foram utilizados os termos “cardiovascular disease” ou “doenças cardiovasculares”, “dentist” ou “dentistas”, e “conhecimento” ou  “knowledge”, nas bases de dados PubMed, Scielo, Web of Science e Scopus, obtendo um total de 159 artigos, excluindo os repetidos, ficaram 133. Então foram lidos os títulos e excluídos os que eram em idiomas diferentes de inglês ou português, os relatos de caso e artigos que não tinham relação com a pergunta principal proposta, restando 39 artigos. Depois dessa exclusão, foram lidos os resumos dos estudos restantes, fazendo uma nova eliminação, deixando 17 artigos para serem lidos completamente. Durante a realização desta revisão sistemática foram encontrados diversos dados sobre o conhecimento dos dentistas, envolvendo a tomada de decisões envolvendo terapias, como a profilaxia antibiótica, sendo realizada de maneira desnecessária e a alta prevalência de estudos com enfoque em endocardite infecciosa e periodontite. Outro dado importante que vale ressaltar é a falta de padronização do instrumento de pesquisa utilizado, todos os artigos lidos foram escritos baseados em pesquisas feitas com cirurgiões dentistas e todos utilizaram questionários para a realização desta coleta de dados. Percebeu-se uma variação muito grande na forma em que as pesquisas foram realizadas e como os questionários foram elaborados. Sendo uma das principais dificuldades realizar a análise e organização dos dados obtidos, visto que não existe uma padronização no instrumento de pesquisa utilizado para a realização dos estudos. Os resultados parciais demonstram como existe uma grande diferença na hora de efetuar a profilaxia antibiótica antes da realização de procedimentos invasivos, há profissionais que optam por fazer em todos os casos e outros não. Do mesmo modo muitos cirurgiões dentistas avaliam seu conhecimento sobre DCVs como alto e ressaltam a importância de saber identificar doenças orais e sistêmicas.

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