TRABALHO E PRECARIZAÇÃO NOS MERCADOS DE TRABALHO DAS CIDADES MÉDIAS NO RIO GRANDE DO SUL

Helena Louzada Pereira, Lara Figueiredo Lemes, Márcia Andrea Wink, Elbe Rafael Marques Belardinelli, Marco André Cadoná

Resumo


Pretende-se apresentar resultados de uma pesquisa que está sendo realizada com o objetivo de analisar dinâmicas de precarização do trabalho presentes em cidades médias do Rio Grande do Sul. Toma-se como referência empírica os dez municípios gaúchos localizados fora da Região Metropolitana de Porto Alegre e que apresentam mais de cem mil e menos de quinhentos mil habitantes: Caxias do Sul, Pelotas, Santa Maria, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Uruguaiana, Bagé, Passo Fundo, Erechim e Bento Gonçalves. A partir de dados relacionados aos mercados de trabalho desses municípios investiga-se como a dinâmica de desenvolvimento do capitalismo no País, a partir de 2014, repercutiu nos empregos e nas condições de empregabilidade das pessoas que trabalham nas cidades médias gaúchas. Cabe destacar que a partir de 2014 e, em especial, a partir de 2016, a conjuntura da crise econômica e as direções dadas pelo governo nacional à política econômica repercutiram negativamente nos mercados de trabalho do País, observando-se o crescimento do desemprego e dos subempregos, a diminuição do poder aquisitivo dos trabalhadores, assim com o aumento no número de trabalhadores sem proteção legal. A partir dessa preocupação, os objetivos da presente pesquisa foram definidos, orientando a investigação a partir de um quadro teórico que, por um lado, problematizou a importância das cidades médias no desenvolvimento regional no Brasil e, por outro lado, destacou o conceito de precarização no trabalho, expressão de diferentes formas de insegurança dos trabalhadores, seja essas decorrentes do desemprego e dos subempregos, sejam decorrentes do comprometimento da renda, da ausência de proteção legal e política aos trabalhadores. Para o alcance dos objetivos propostos pela pesquisa, a partir do quadro teórico indicado, os dados considerados para a análise são dados secundários, tanto do Censo Demográfico de 2010, mas, principalmente, os dados do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego, considerados esses últimos a partir de 2014. A partir desses dados são analisadas questões relacionadas ao mercado formal e informal nas cidades médias, à dinâmica mensal de admissões e de desligamentos a partir de 2014, às ocupações que mais admitem, aos salários médios das ocupações que mais admitem, às exigências em termos de qualificação profissional a partir das ocupações que mais admitem. Ao final, pretende-se demonstrar que, apesar das singularidades presentes nos mercados de trabalho das cidades médias gaúchas, algumas tendências gerais estão presentes no período analisado, indicando um processo de aprofundamento da insegurança dos trabalhadores nesses mercados de trabalho, objetivada essa no aumento do desemprego, na diminuição dos empregos formais, nos altos índices de rotatividade nos empregos, no baixo poder aquisitivo dos salários, na criação de empregos vinculados ao setor de serviços básicos e que não estão associados a exigências de maior qualificação profissional.


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