CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS DE IDOSOS RURAIS EM SANTA CRUZ DO SUL

Eduarda Correa Lasta, Lilian Thais Kozen, Rafaele Luiza Klafke, Diorginis Luis Fontoura da Rosa, Laura Zimmer Helfer, Silvia Virginia Coutinho Areosa

Resumo


As pesquisas acerca do envelhecimento têm crescido nos últimos anos. No entanto, é possível visualizar que a maioria delas ocorre com sujeitos da área urbana, o que, por consequência, deixa idosos do meio rural à margem de pesquisas. (CAMARANO; KANSO; FERNANDES, 2016) O território brasileiro é heterogêneo, ou seja, apresenta singularidades que são menos investigadas; a exemplo disso, encontra-se o processo de envelhecimento no meio rural. Tavares et. al. (2016) afirmam que este meio pode apresentar algumas dificuldades significativas, como pobreza, isolamento social, educação e condições de trabalho mais precárias, restrição do acesso ao transporte e distância dos recursos sociais e de saúde. Nesse sentido, o presente trabalho se propõe a conhecer mais sobre as condições de vida e investigar a relação entre educação, profissão e renda dos idosos rurais de SCS. A fim de conhecer mais esses sujeitos, está sendo realizada uma pesquisa quanti-qualitativa pela Universidade de Santa Cruz do Sul, com o intuito de verificar as condições socioeconômicas dos idosos, assim como as representações sociais da velhice. Os distritos rurais de Santa Cruz do Sul abrangidos pelo estudo são: Alto Paredão, Boa Vista, Monte Alverne, São Martinho, Saraiva, São José da Reserva e Rio Pardinho, tendo como amostra 10% da população de idosos de cada localidade com idades que variaram entre 60 e 92 anos. O estudo possui natureza descritiva exploratória e os resultados foram trabalhados pelo software SPSS 18.0 para análise estatística. Dentre os 232 respondentes, 62,1% afirmaram possuir até 04 anos de estudos, sendo que apenas quatro pessoas deste universo possuem 12 anos ou mais de escolaridade. A pesquisa revelou também que 85,3% dos sujeitos disseram que a profissão exercida na maior parte da vida esteve relacionada à agricultura. A renda gira em torno de até um salário mínimo para 41, 8% dos respondentes, entre um e dois salários mínimos para 46,1% dos idosos. Um fato importante é que apenas 0,9% afirmaram possuir renda maior que quatro salários mínimos. A baixa escolaridade dos idosos de SCS, aliada a índices de renda e à profissão, dizem respeito a um tempo em que a prioridade do jovem, hoje idoso, era compor a força de trabalho do núcleo familiar de origem, buscar o sustento em atividades agrícolas e posteriormente constituir sua própria família, por meio do casamento. Conforme Santos, Lopes e Neri (2007), a educação cria oportunidades, e a falta dela ocasionalmente estabelece barreiras na busca por melhorias e qualidade de vida. Dessa forma, se olharmos para a realidade que nos é apresentada, constatamos que a baixa escolaridade pode estar relacionada às condições de vida desses sujeitos. Portanto, tal conjuntura contribui para que o idoso do meio rural esteja não apenas caracterizado por diversidades, mas também marcado por desigualdades sociais, visto que, a educação exerce papel inquestionável na autonomia e na independência dos indivíduos, assim como possibilita o acesso a melhores condições socioeconômicas.


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