AVALIAÇÃO DA PERMEAÇÃO CUTÂNEA DE UMA EMULSÃO CONTENDO ÓLEO DE ABACATE

Gabriela Baierle, Tatiele Katzer, Paula Bianchetti, Lia Gonçalves Possuelo, Chana de Medeiros da Silva

Resumo


A utilização de óleos vegetais, como o óleo de abacate, em produtos farmacêuticos e cosméticos se destaca como um recurso terapêutico alternativo por suas características físicas e químicas, como propriedades emoliente, hidratante, calmante, cicatrizante, anti-inflamatória e antioxidante devido a sua elevada composição de ácidos graxos (AG), responsáveis pela reconstrução da barreia cutânea epitelial. No entanto, a compreensão dos mecanismos de permeação cutânea destes componentes em formulações de aplicação tópica é essencial para avaliar a eficiência das propriedades terapêuticas de bioprodutos na prevenção, manutenção e equilíbrio da pele. Em vista disso, o presente estudo objetivou avaliar a liberação, permeação e retenção cutânea dos AG presentes em um bioproduto contendo óleo de abacate. Foi desenvolvida uma formulação do tipo emulsão óleo em água (O/A) contendo uma concentração de 10% de óleo de abacate, a qual se manteve estável e com pH de 4,5. Em seguida, foi realizada a extração e determinação do teor lipídico dos AG presentes na formulação pelo método descrito por Bligh e Dyer (1959). Após extração, foram sujeitos a derivatização para avaliação do perfil de AG por Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (GC-MS), onde foram comparados com os AG presentes no óleo bruto e ainda verificado o percentual de cada substância com base na área total dos elementos identificados nos cromatogramas. A avaliação in vitro da liberação e permeação cutânea foi realizada através do ensaio de células de difusão vertical de Franz em sistema de fluxo contínuo, utilizando membranas sintéticas e biológicas, e a retenção cutânea foi investigada pelo método de tape stripping, com determinação analítica por espectrofotometria de UV-Visível. O rendimento lipídico obtido foi de somente 2,0% (±0,345) em relação à quantidade do ativo utilizada na formulação da emulsão. O perfil de ácidos graxos por sua vez não demonstrou alteração entre as amostras analisadas, sendo que as substâncias que se destacaram por apresentarem elevada área média percentual relativa em ambas foram os ácidos graxos esteárico (C18:0), oleico (C18:1) e linoleico (C18:2). Em contrapartida o óleo bruto exibiu na sua composição três diferentes substâncias não identificadas no óleo extraído da emulsão, sendo elas os ácidos graxos araquídico (C20:0), gadoleico (C20:1) e behênico (C22:0). Em relação aos testes cutâneos, estudos preliminares indicam a liberação dos AG para o meio receptor. No entanto, estudos posteriores são necessários para quantificar e caracterizar os AG envolvidos nos processos de permeação e retenção.

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