NARRATIVAS DAS EQUIPES DIRETIVAS DE ESCOLAS SOBRE A TEMÁTICA DA DROGADIÇÃO: UM CONTRAPONTO ENTRE A TRANSMISSÃO E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Pâmela Noronha da Silva, Denise Vidal, Kamilla Mueller Gabe, Stefanie Schmidt, Márcia de Bastos Braatz, Edna Linhares Garcia

Resumo


A adolescência é considerada como um estado transitório do sujeito entre a fase infantil e adulta. Portanto, é neste período social, vinculado à vivência escolar, que professores e equipes diretivas se tornam importantes dispositivos de suporte e cuidado frente à drogadição. A pesquisa intitulada “Narrativas de adolescentes sobre drogas e os Serviços de Saúde Mental CAPSia e CAPSad: intersecções possíveis no contexto de Santa Cruz do Sul”, em parceria com o Programa Saúde na Escola, buscou no período de março à agosto de 2019, comparecer a cinco escolas, na sua maioria consideradas territórios de periferias e zonas rurais. Inicialmente, contatamos cada Estratégia de Saúde da Família que são referências das respectivas escolas, para discussão sobre a temática. Após realizarmos uma escuta com a equipe diretiva, as quais selecionam livremente os alunos, desempenham-se os grupos focais. Conforme os dados tabelados dos encontros com os diretórios, em sua maioria, fomos recepcionadas pelas orientadoras e supervisoras, que constatam a maior incidência do problema no ensino fundamental (sétimo e oitavo ano). Os marcadores de maior enfoque refletem o tráfico de drogas, dentro e fora do âmbito escolar, o uso abusivo de álcool e cigarro, observados, tanto nos contextos festivos, como também, no espaço de aprendizagem. Entre as drogas ilícitas, a maconha tem maior ocorrência, devido ao baixo custo e à banalização das suas consequências. Como estratégias de promoção da saúde e prevenção aos agravos em saúde, mencionam o Programa Educacional de Resistência às Drogas e palestras com recortes de segurança pública. Assim, as escutas com estes profissionais da educação possibilitam perceber que a escolha dos estudantes para participar dos grupos focais é fundamentada em uma lógica metodológica diferente da que propormos, de construir com os alunos o conhecimento. Durante os grupos focais propriamente ditos, ase torna perceptível que cada participante possui um discurso sobre a drogadição, revelando que a droga produz um sentido na vida de cada sujeito e de forma singular refletem sobre isso. Portanto, a pesquisa se faz necessária, pois, viabiliza espaços de trocas de conhecimento, potencializando esse jovem como um agente de suas ideias. Assim, promove-se saúde no viés da Redução de Danos. Ainda, se faz necessário desenvolver junto a equipe diretiva a fundamental ampliação metodológica, em que se inclua a forma de transmissão de conhecimento previamente desenvolvida com um processo de produção coletiva dos adolescentes sobre as questões relativas ao tema drogas e drogadição.

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