VOLEIBOL SENTADO E EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS A PARTIR DA PRAXIOLOGIA MOTRIZ

Felipe Fagundes

Resumo


O presente relato de experiência tem por objetivo discutir as possibilidades pedagógicas do Voleibol Sentado nas aulas de Educação Física escolar a partir da Praxiologia Motriz. Essa proposta foi fruto de uma ação pedagógica realizada em uma turma do 2º ano do Ensino Técnico Integrado ao Médio do Colégio Técnico Industrial de Santa Maria. O interesse em tematizar o Voleibol Sentado surgiu despretensiosamente, visto a necessidade de adequar o espaço disponível para as aulas de Educação Física, pois duas turmas dividiam a mesma quadra poliesportiva concomitantemente. Visto que uma turma estava desenvolvendo o Voleibol e a outra o Futsal, optou-se pelo Voleibol Sentado como uma improvisação dada as possibilidades estruturais. No entanto, esse conteúdo transformou-se de uma solução temporária em uma possibilidade pedagógica fascinante, considerando suas características e particularidades. As aulas de Voleibol Sentado foram ministradas sob os conceitos da Praxiologia Motriz, uma emergente área de conhecimento que vislumbra, dentre outros aspectos, desvelar as interações que se estabelecem nas diversas práticas motrizes. Tematizou-se cinco eixos sobre Voleibol Sentado, os quais foram apresentação e primeiro contato com a modalidade, exercícios didáticos para as ações motrizes específicas da modalidade, experienciação e discussão das interações motrizes nos diferentes momentos do jogo, estratégias e táticas para o Voleibol Sentado e análise dessa prática motriz na sociedade. Assim sendo, o processo de ensino-aprendizagem enfatizou as ações motrizes e as interações que companheiros e adversários estabelecem na lógica interna do jogo. Além disso, os alunos mostraram-se curiosos em relação ao Voleibol Sentado, principalmente quanto às regras do jogo, e salientaram a discrepância do nível técnico que essa prática demanda quando comparada ao Voleibol convencional. A partir disso, foi possível analisar como se dão as interações entre os jogadores no Voleibol Sentado, apontar suas convergências e divergências em relação ao Voleibol convencional, além de auxiliar no desenvolvimento motor dos alunos. Por fim, ainda foi possível debater sobre a pouca expressividade social das modalidades paraolímpicas, bem como discutir questões sobre padrões de corpo, preconceito, capacidade/incapacidade e inclusão na sociedade.


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