NEUROPROTEÇÃO FETAL POR SULFATO DE MANÉSIO COMO TERAPÊUTICA MINIMIZADORA DE COMPLICAÇÕES EM PARTOS PRÉ-TERMO: UM ESTUDO DE CASO

Carla Adriana de Oliveira, Pâmela Puchpon Wisniewski, Mari Ângela Gaedke

Resumo


Introdução: O trabalho de parto pré-termo persiste como a principal causa de morbimortalidade e suas consequências envolvem múltiplas sequelas sendo a principal, os danos neurológicos em especial a paralisia cerebral. Assim, ao se constatar a inexistência de cura para as sequelas, percebe-se a importância das intervenções preventivas, que englobam o uso do sulfato de magnésio como método para neuroproteção fetal. O objetivo do estudo foi aplicar o Processo de Enfermagem (PE) à gestante em uso de sulfato de magnésio para neuroproteção fetal. Metodologia: Estudo de caso realizado em disciplina prática do curso de Enfermagem no centro obstétrico de um hospital de ensino localizado no interior do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados da anamnese, exame físico e consulta em prontuário, para posterior aplicação do PE, utilizando a taxonomia NANDA-I para os Diagnósticos de Enfermagem (DE) e a NIC (Nursing Intervensions Classification) para as intervenções. Resultados: Paciente de 27 anos, em trabalho de parto precipitado, apresentava cinco centímetros de dilatação e bolsa íntegra, em
gestação gemelar, IG 31s, G 3, PC 2, sorologias negativas, feito 6 consultas de pré-natal. Sem queixas álgicas, negava perdas vaginais e contrações, referia ansiedade. Encontrava-se lúcida, orientada e pouco comunicativa. Acesso venoso periférico em membro superior esquerdo sulfatando para neuroproteção, sendo administrada dose de manutenção de 2g/hora. Abdome gravídico, batimentos cardiofetais direito de 140 bpm e esquerdo de 144 bpm, dinâmica uterina 0/10, movimentos fetais presentes. Fazia uso de sonda vesical de demora apresentando 100 ml de diurese em 2 horas. Membros inferiores aquecidos e desinfiltrados, ao reflexo patelar ausência. Sinais vitais: pressão arterial de 120/80 mmHg, frequência respiratória de 12 mrpm, frequência cardíaca de 95 bpm e temperatura de 36C. Identificou-se como DE prioritários: (i) conhecimento deficiente (00126) evidenciado por conhecimentodeficiente relacionado à informação insuficiente; (ii) risco de binômio mãe/feto perturbado (00209) relacionado as complicações da gestação; e (iii) conforto prejudicado (00214), evidenciado por ansiedade relacionado a regime detratamento. Para os DE elencados foram propostas as seguintes intervenções: promoção da educação em saúde; monitorização dos sinais vitais; monitorização eletrônica do feto no pré-parto; redução da ansiedade; controle do ambiente; posicionamento e técnicas para acalmar. Considerações finais: Foi possível perceber a diminuição das complicações geradas pelo parto pré-termo quando aderido ao método de neuroproteção fetal em gestação com período entre as 24 e as 31 semanas. Sulfatar uma gestante apresenta benefícios para o recém-nascido, porém podem ocorrer manifestações de toxicidade maternal, devendo assim ser utilizado com precaução e embasado por explícito aconselhamento, expondo os seus riscos e benefícios à família, uma vez que toda medida capaz de melhorar o prognóstico fetal gera impacto psicológico e socioeconômico nos grupos afetados. Cabe ao enfermeiro avaliar suas intervenções de maneira precisa para uma prestação da assistência de qualidade, minimizando complicações.

Palavras-chave: Neuroproteção; Sulfato de magnésio; Trabalho de partoprematuro.


Referências


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