INTRODUÇÃO

O Processo de Enfermagem (PE) é o planejamento das ações assistenciais de enfermagem inter-relacionadas que viabilizam atender as necessidades de cuidado individual do doente. Deve ser realizado de modo deliberativo e sistemático em todos os ambientes públicos ou privados onde ocorre a atuação de um profissional de enfermagem (COFEN, 2009).

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), compreende a rotina diária das equipes de enfermagem, guiando seus processos de trabalho e conferindo maior confiabilidade na prestação da assistência ao cliente (LEITE et al, 2016). No entanto, a implantação da SAE ainda constitui-se um desafio nas instituições de saúde e dentro das equipes, pois sua metodologia requer conhecimento e treinamento das práticas científicas e mudanças dos modelos tradicionais de atenção à saúde (QUEIROZ; SILVA, 2016).

Nesse sentido, o presente relato objetiva destacar a experiência de um grupo de enfermeiros, membros de uma comissão para implementação do Processo de Enfermagem e da Sistematização da Assistência de Enfermagem em uma instituição de médio e grande porte, da região do Vale do Rio Pardo – RS.

RELATANDO A EXPERIÊNCIA

A instituição trata-se de um hospital escola, fundado em 1908, caracterizado como médio e grande porte. Os autores do presente trabalho são residentes da instituição que engajaram-se na comissão para também auxiliar na operacionalização do Processo de Enfermagem. Os trabalhos deram início a formação da comissão em março de 2018, com um grupo de mais de 25 enfermeiros. Nesse contexto, para capacitação e apropriação de conhecimentos necessários para desenvolver as atividades de implementação do PE, foram ofertados cursos e roda de conversa sobre a temática. 

A partir dos encontros do grupo, delineou-se como teorista de referência Wanda Horta, tendo em vista o perfil assistencial da instituição. Wanda Horta desenvolve uma teoria que procura explicar a natureza da enfermagem, seu campo específico e sua metodologia de trabalho.

No momento, a comissão está desenvolvendo mini capacitações sobre o exame físico de cada sistema do corpo humano, objetivando capacitar as equipes para o mesmo e enumerar os principais diagnósticos de enfermagem de acordo com os sinais e sintomas apresentados. Na sequência, o instrumento de coleta de dados será anexado no sistema utilizado pela instituição e será realizado um teste piloto em uma das unidades, objetivando aperfeiçoamento do instrumento. Em o instrumento se mostrar adequado, será expandido e implantado nas demais unidades da instituição.

CONCLUSÃO

A implementação do Planejamento de Enfermagem por meio da Sistematização da Assistência de Enfermagem se mostra com potencialidades e dificuldades, uma vez que faz parte da reorganização e sistematização das práticas em saúde. Percebe-se mudanças significativas nas ações do enfermeiro, muitas vezes em função das necessidades dos serviços de saúde, ou seja, tem-se uma inserção gradativa nas atividades de gerenciamento do cuidado e da unidade no cotidiano do trabalho (PEDUZZI, ALSELMI, 2002; PERES, CIAMPORE, 2006).

Essa realidade instiga a pensar e refletir a profissão, tendo em vista o tripé disciplina, profissão e identidade, a fim de garantir que os saberes e o conhecimento adquiridos fortaleçam o enfermeiro enquanto gestor do cuidado, assegurando o reconhecimento e valorização da profissão perante a sociedade.