PERFIL DE MULHERES ATENDIDAS EM CONSULTA FARMACÊUTICA EM UM CENTRO DE ONCOLOGIA DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL

Mariana Portela de Assis, Janaína Chiogna Padilha, Nathália Grave

Resumo


Introdução: No Brasil e no mundo, após o câncer de pele, o câncer de mama é o mais comum entre o sexo feminino, representando 28% dos casos novos da doença e o maior índice de mortalidade por câncer entre mulheres. Uma das formas de tratamento dessa neoplasia é a hormonioterapia, que consiste na administração de drogas que bloqueiam a liberação de hormônios que estimulam o crescimento do tumor; é considerada como terapia adjuvante, quando utilizada após a cirurgia, contribuindo na redução do risco da recidiva da doença. Em alguns casos, é iniciada antes da cirurgia, como terapia neoadjuvante. Usualmente, a terapia hormonal é administrada pela via oral, em domicílio, durante o período de 5 a 10 anos. Neste contexto, o profissional farmacêutico desempenha um papel importante na equipe multidisciplinar de oncologia, assegurando maior efetividade do tratamento, contribuindo para o uso racional desses medicamentos, assegurando a adesão ao tratamento. Assim, o presente estudo objetivou caracterizar o perfil de mulheres em uso domiciliar de hormonioterapia, atendidas em consulta farmacêutica, em um centro de oncologia. Método: O estudo foi do tipo transversal descritivo retrospectivo, cujos dados foram coletados durante consulta farmacêutica, por meio de entrevista realizada com os pacientes em início de hormonioterapia oral, no período de abril a setembro de 2017. As consultas farmacêuticas eram solicitadas pelo médico e agendadas pela recepção do ambulatório de oncologia. Os atendimentos eram realizados em consultório multidisciplinar, de forma individual, nos quais realizavam-se orientações relacionadas à forma de administração, interações medicamentosas, reações adversas mais frequentes, armazenamento e recomendações gerais para o uso correto destes medicamentos, além da distribuição de um folder explicativo. Resultados: Verificou-se que durante o período, 42 mulheres iniciaram com hormonioterapia, das quais 95% eram caucasianas, com idade média de 61 anos.  Em relação as características sociodemográficas, 48% eram casadas, 64% aposentados, 23 54,7% não possuíam o primeiro grau completo e apenas 28,6% concluíram o segundo grau. O hormioterápico com maior número de prescrição foi o Letrozol (45,2%), seguido do Citrato de Tamoxifeno (38,1%) e do Anastrozol (16,7%), sendo que 26 (61,9%) das pacientes referiram não terem recibo orientações sobre o uso do medicamento durante a consulta médica. Discussão: A análise dos resultados permitiu observar que o número de mulheres que fazem uso de hormonioterapia é considerável, e até pelo baixo nível de escolaridade é ainda mais importante que as informações acerca do uso dos medicamentos sejam realizadas de maneira clara e efetiva, uma vez que a maioria refere não ter recebido orientações sobre a utilização correta do medicamento pelo médico. Conclusão: Verifica-se a importância que a caracterização do perfil dos pacientes atendidos, contribui para a melhoria constante deste serviço de saúde. Além disso, possibilita ao profissional farmacêutico atuar na educação continuada destes pacientes, visando o uso correto do medicamento e o sucesso da terapia, principalmente pelo atendimento personalizado durante consulta;

Palavras-chave: Hormonioterapia; Câncer de mama; Consulta farmacêutica


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