TRABALHANDO SOBRE SAÚDE MENTAL NO HOSPITAL GERAL: RODA DE CONVERSA ALUSIVA AO DIA NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL

Juliana Rohde, Aline Badch Rosa, Makely Ferreira Rodrigues, Luiza Franco Dias, Valéria Nicolini

Resumo


INTRODUÇÃO: Ao se realizar uma roda de conversa sobre saúde mental em um hospital geral no interior do RS, alusiva ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, buscou-se integrar tal temática ao contexto hospitalar. Entende-se que esta aproximação faz-se necessária, uma vez que os hospitais gerais compõem a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), modelo de cuidado à saúde mental que é substitutivo aos grandes manicômios, locais destinados àqueles considerados loucos. Na roda de conversa, que contou com a participação de uma representante da coordenação municipal da Política de Saúde Mental, buscou-se refletir sobre as formas de ao longo da história, bem como contextualizar o papel dos hospitais neste cuidado, a fim de provocar o pensamento crítico a respeito de como se dá a atenção neste contexto. Foram convidados funcionários, residentes e estudantes que desenvolvem suas atividades na instituição de saúde. METODOLOGIA: Este trabalho é um relato de uma atividade realizada no dia 17 de maio de 2018, alusiva ao dia 18 de maio, em que se comemora o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. A atividade foi proposta pelas psicólogas residentes da instituição. RESULTADOS: Percebeu-se a proximidade de alguns participantes da roda de conversa com o tema, demonstrando conhecimento e posicionamento crítico. Foram discutidos aspectos do cuidado em saúde mental ao longo da história, enfatizando o papel dos hospitais gerais enquanto integrantes da RAPS. Levantou-se questionamentos sobre o novo modelo de atendimento, em que “o louco” divide espaço com aqueles que estão “sãos”, e da necessidade do hospital ser provedor de cuidado durante o período de crise, em consonância com os demais serviços da rede extra-hospitalar de saúde mental. Também se discutiu sobre novas abordagens a esse público no hospital geral, com ênfase no trabalho humanizado e integrado. DISCUSSÃO: Observa-se que o tema da loucura ainda é distante, assim como inquieta os posicionamentos profissionais e éticos dos trabalhadores de saúde. Isto se evidencia, uma vez que o público na roda de conversa foi composto principalmente por profissionais que já têm vinculação com saúde mental, alguns residentes multiprofissionais e alunos da graduação. A discussão sobre a temática, além de ter relevância para o fazer no dia a dia, é importante em função do cenário da reforma psiquiátrica atual. O contexto é de instabilidades no cenário político e econômico, ameaçando o investimento em serviços abertos/comunitários de saúde mental, centralizando o atendimento nos hospitais e demais instituições que pautam seu trabalho a partir de uma visão manicomial. Com menos recursos, a RAPS sofre com a restrição das verbas e, consequentemente, implica na qualidade dos atendimentos ofertados. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A saúde mental é um tema que deve ser abordado em todos os contextos. O hospital presta assistência a pacientes psiquiátricos, portanto, se faz necessário discutir sobre o papel dos profissionais, a estrutura de acolhimento e possíveis intervenções que melhorem o atendimento e facilitem o período de hospitalização. O cuidado em saúde mental em hospitais gerais muitas vezes fica restrito à medicação para contenção das crises, no entanto sabe-se que é possível oferecer outros tipos de atenção. Na medida em que as equipes apropriam-se de tal demanda e das discussões sobre a temática, podem oferecer um cuidado mais qualificado, efetivo e humanizado.PALAVRAS-CHAVE: Saúde Mental. Hospital Geral. Roda de Conversa.

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