A Ditadura Militar brasileira, instaurada em 1964 após um golpe por grupos conservadores – teve duração até 1985. Esse período foi marcado por censura, sequestros, execuções e a destituição do presidente João Goulart. A análise desse contexto é enriquecida pela metodologia da Análise de Discurso francesa, alinhada às contribuições teóricas de Michel Pêcheux, Foucault, Althusser e Eni Orlandi. Para compreender os efeitos discursivos da ditadura, o presente trabalho irá fazer um pêndulo metodológico, isso é: a busca pelo contexto de 1964 – o qual revelaremos uma memória da ditadura e uma postura ideológica centrada no combate ao comunismo, limitando direitos constitucionais e justificando a repressão como um mecanismo de controle –; bem como a face ardilosa de um regime o qual investigava, moldava a imagem dos mais diversos atores envolvidos, contrários aos ditames desse movimento (em especial, os professores). Nessa mesma linha de raciocínio, acadêmicos como Schwarcz, Starling e Reis Filho ressaltam a natureza repressiva da ditadura. Aarão Reis defende um olhar crítico sobre esse período como meio de fortalecer a democracia.