SONOLÊNCIA DIURNA EXCESSIVA DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ATUANTES EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

MarliseCapa Capa Verde Almeida de Mello, Cintia Gautério Soares, Cintia Fonseca Martins, Clarice Alves Bonow, Marta Regina Cezar-Vaz

Resumo


: As necessidades socioeconômicas produziram um crescimento da jornada de trabalho, e assim, reduziram as horas de descanso dos trabalhadores. Desta forma, tem-se gerado transtornos do sono, sendo frequentes a insônia, sonolência excessiva diurna (SDE), a incapacidade de dormir no momento desejado e eventos anormais durante o sono. O sono constitui-se elemento fundamental no equilíbrio biológico do organismo e é essencial para manutenção e restauração de energia. Tendo em vista as características do trabalho em unidades de terapia intensiva, acredita-se que a equipe de enfermagem compõe um grupo susceptível aos transtornos do sono. Objetivo: Identificar a sonolência diurna excessiva em enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que atuam em unidades de terapia intensiva adulto em um município no extremo sul do Brasil. Método: Pesquisa exploratória e descritiva de caráter quantitativo, desenvolvida com enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem de duas Unidades de Terapia Intensiva adulto (UTI), localizadas em um município no extremo sul do Rio Grande do Sul. A coleta de dados ocorreu mediante aplicação da Escala de Sonolência de Epworth. A análise dos dados foi realizada por meio de analises descritivas e inferenciais. Foram respeitados os preceitos éticos conforme o parecer 04/2016 do CEPAS-FURG. Resultados: Participaram da pesquisa 57 profissionais, sendo 51 do sexo feminino e seis do sexo masculino. A maioria dos profissionais são técnicos de enfermagem (n=37; 64,9%), e trabalham na UTI I (n=35, 61,4%). Os profissionais auxiliares de enfermagem apresentaram maior média de idade (44 anos, DP±5). Com relação às características físicas dos trabalhadores, 16 (28,1%) realizavam atividade física e a maioria dos trabalhadores apresentavam sobrepeso (n=21; 36,8%), sendo que a média de peso foi de 78,35kg (DP±14,2) e de altura foi de 138,3cm (DP±60,1cm). A SDE foi verificada em 22 (38,6%) trabalhadores, sendo o escore médio global da escala 9,19 (DP=4,8) e a categoria mais afetada foram os técnicos de enfermagem (n=15; 40,5%). À aplicação dos testes estatísticos, a categoria profissional dos participantes esteve significativamente relacionada à classificação do índice de massa corporal dos trabalhadores (p<0,022) e a análise entre a classificação do IMC e os escores de sonolência não indicou associação significativa entre os trabalhadores pesquisados, inferindo que o sobrepeso entre estes trabalhadores não associou-se à ocorrência de SDE. Entre os trabalhadores que realizam descanso durante o trabalho, 45,7% (n=16) apresentaram escore para SDE acima de 10. Relacionando-se o escore da SDE e a realização de atividade física, obteve-se associação significativa entre as variáveis (p<0,11). Considerações finais: Os resultados apontaram que a massa corporal dos trabalhadores pode produzir SDE entre os trabalhadores pesquisados. Já a associação entre os períodos de descanso dos trabalhadores e a realização de atividades físicas mostrou uma possibilidade de atuarem como produtores de um sono mais efetivo, apresentando-se como condições capazes de disparar ações intervencionistas da enfermagem, promovendo assim a saúde do trabalhador da saúde.

Palavras-chave: Enfermagem; Saúde do Trabalhador; Distúrbios do Sono por Sonolência Excessiva; Unidades de Terapia Intensiva.


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