Comportamento agressivo na infância e o papel da família

Larissa Líbio, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


O presente trabalho apresenta a discussão de dois casos clínicos de psicoterapia infantil relacionado ao comportamento agressivo e o contexto familiar. Na infância, a expressão do comportamento agressivo pode ser observada e tende a chamar a atenção nos ambientes em que a criança transita. Além disso, a agressividade quando manifestada de forma intensa e persistente pode se mostrar um obstáculo para o desenvolvimento emocional, afetivo e social das crianças. Neste sentido, estudos apontam que o contexto familiar pode influenciar ou mesmo sustentar estas expressões. Os dados apresentados configuram um estudo de caso e correspondem aos atendimentos realizados a duas crianças em um serviço-escola: uma menina de 07 anos e um menino de 09 anos de idade, ambos em psicoterapia individual. Os dados demonstram que a agressividade e atitudes transgressoras manifestadas pelos pacientes em discussão se sustentam em dificuldades nos padrões de interação da família em que os papéis se mostram confusos e onde a autoridade e os limites não são impostos, deixando-os sem referências. Frente a este contexto em que não encontram figuras de apoio para impor-lhes o limite ou mesmo diante de uma hierarquia ineficaz, os pacientes atuam, buscando, através da transgressão e da agressividade solicitar a atenção de suas famílias numa tentativa de reconhecer figuras de referência. Portanto, compreende-se que as práticas educativas parentais devem contemplar a afetividade e os limites de forma complementar.


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