Crises conversivas: um estudo de caso

Juliana Rohde, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


Com o surgimento dos manuais diagnósticos e da busca por uma linguagem comum na psiquiatria e demais especialidades médicas, algumas doenças com características que dificultavam a realização de um diagnóstico nosológico foram, aos poucos, rejeitadas pela psiquiatria moderna. É o caso da histeria, que deu lugar aos transtornos dissociativos, conversivos, e tantos outros. Partindo deste entendimento, o estudo de caso a seguir busca propôr um diálogo entre os manuais diagnósticos e o entendimento mais clássico de algumas sintomatologias, trazendo também para a discussão aspectos da abordagem sistêmica. A paciente que empresta sua história para este estudo chegou ao Serviço Integrado de Saúde (SIS) encaminhada pelo CAPS II, com a hipótese de que tinha crises de ansiedade. Os sintomas da crise incluiam perda da consciência, espasmos, agitação psicomotora, tremores, taquicardia e dificuldade para respirar. A paciente normalmente não conseguia lembrar-se dos instantes que precediam a crise, tampouco do que se passava à sua volta enquanto a crise estava ocorrendo. Também trazia como dificuldade lidar com a morte do pai, falecido há quase dois anos. A Hipótese inicial foi descartada,e a hipótese atual, construída em conjunto com o psiquiatra, mediante visualização e busca por compreensão do seu histórico e contexto de vida, bem como do acompanhamento de duas crises, passou a ser de que não se tratava de crises de ansiedade, mas sim crises conversivas e dissociativas.


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