AS INTERCORRÊNCIAS DA OBESIDADE INFANTIL

DAIANE DRESCHER CABRAL, CARINA GARCIA, JÊNIFER PROENÇA DE B UM

Resumo


A obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2006) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode prejudicar a saúde. A obesidade infantil é considerada um problema mundial de Saúde Pública, atingindo crianças do sexo masculino e feminino, de diferentes idades, etnias e renda familiar, sendo que na fase escolar dificulta o processo de crescimento físico e aprendizagem motora do indivíduo. O excesso de peso na infância aumenta as chances de obesidade na idade adulta, tornando-se um importante fator de risco para as doenças cardiovasculares, dislipidemias, hipertensão arterial sistêmica e resistência à insulina, tais fatores são responsáveis pelo acréscimo de morbimortalidade na maturidade. Além disso, existem as implicações psicológicas e sociais, que podem se estender por toda a vida. O Brasil é considerado um país em transição nutricional, pela substituição da desnutrição pela obesidade, devido ao excesso e à inadequação do consumo alimentar. O consumo alimentar está relacionado à obesidade, tanto ao volume da ingestão alimentar, como também à composição e a qualidade da dieta. Além disso, os padrões alimentares também mudaram, explicando em parte o contínuo aumento da adiposidade nas crianças, como o pouco consumo de frutas e hortaliças, o aumento no consumo de guloseimas, bolachas recheadas, salgadinhos, doces, balas e refrigerantes. O objetivo é revisar as pesquisas atuais sobre a obesidade infantil, bem como as suas complicações e a prevenção. Para a realização do presente estudo foi efetuada uma pesquisa bibliográfica de março a agosto de 2013, tendo sido utilizadas as bases de dados Lilacs, Scielo e Medline. Dos artigos encontrados através da pesquisa com os termos "obesidade infantil", "sobrepeso", "consumo alimentar", "excesso de peso", "obesidade infanto-juvenil", foram selecionados 30 artigos, dos quais 15 foram eleitos, devido à adequabilidade ao tema desenvolvido. Estudos apontam que a obesidade na infância está relacionada a diversas complicações, como também a uma maior taxa de mortalidade. E, quanto mais tempo o indivíduo se mantém obeso, maiores são as chances das complicações acontecerem, assim como mais precocemente. Em geral, quanto maior o número e a gravidade das complicações, maior a necessidade de a criança ser avaliada e tratada adequadamente pela equipe multidisciplinar. A prevenção da obesidade desde idades precoces pode ser uma opção para reverter o aumento acelerado dessa doença. Estudos de intervenção da obesidade infantil em longo prazo, incluindo mudanças de comportamento e com tamanho amostral suficiente, ainda são escassos, contudo necessários para o desenvolvimento de políticas públicas eficazes. A obesidade infantil é um grave problema para a saúde atual e futura dos indivíduos. Preveni-la significa diminuir, de uma forma coerente e menos onerosa, a incidência de doenças crônico-degenerativas. Para uma alimentação saudável, além de fornecer orientações adequadas sobre alimentação e saúde, é preciso evitar que informações incorretas e contraditórias alcancem esses indivíduos. Dessa forma, isso significa que uma política consistente de prevenção deve compreender não só ações de caráter educativo e informativo, mas também medidas legislativas como, por exemplo, o controle da propaganda de alimentos não saudáveis, principalmente os dirigidos ao público infantil, assim como as medidas de apoio à produção e comercialização de alimentos saudáveis.


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