ESTADO NUTRICIONAL DE UMA AMOSTRA DE ALUNOS MATRICULADOS EM UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL

SILVIA ISABEL RECH FRANKE, ANNE WINCK DA ROSA, JENIFER PROENCA DE BRUM

Resumo


Introdução: a Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 1997, classifica a obesidade como uma doença, com graves consequências; dentre elas as infecções respiratórias, hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, câncer estrogênico, depressão. Em contraponto, temos o déficit de peso, que interfere negativamente no desenvolvimento mental das crianças. Uma importante ferramenta para determinação do estado nutricional é o Índice de Massa Corporal (IMC), onde se divide o peso do indivíduo pela altura ao quadrado e, de acordo com o resultado em Kg/m², classifica-se o individuo em desnutrido, eutrófico, sobrepeso ou obesidade. Objetivo: classificar o estado nutricional, de uma amostra de estudantes do ensino fundamental, com idades entre 5 e 8 anos, de uma escola da rede pública do município de Santa Cruz do Sul, segundo o gênero. Metodologia: foi realizada avaliação antropométrica através da medição de peso e altura para determinação do IMC. A avaliação foi realizada por estagiárias do curso de nutrição, durante a disciplina de Estágio de Nutrição em Ambiente Escolar, no mês de março de 2013. A amostra foi composta por alunos do ensino fundamental, integrantes das turmas, Pré-escola A e B, 2º ano A, B e C, totalizando 80 alunos da Escola de Ensino Fundamental Bom Jesus. A tabela de IMC para idades para crianças de 5 a 18 anos de idade da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2007) foi utilizada para classificação do estado nutricional. Resultados: dos 80 alunos avaliados, 44 (55%) eram meninos e 36 (45%) meninas. Na totalidade 45 (56,2%) foram classificados como eutróficos, 18 (22,5%) com sobrepeso, 14 (17,5%) como obesos e 3 (3,8%) como desnutridos. A amostra apresentou idade média de 6 anos e 8 meses, com idade mínima de 6 anos e 1 mês, e idade máxima de 7 anos e 11 meses. Discussão: segundo as pesquisas de orçamentos familiares (POF) de 2008-2009, realizadas pelo Ministério da Saúde (MS) em parceria com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as crianças brasileiras de 5 a 9 anos apresentaram redução nas taxas de déficit de peso e elevação das taxas de sobrepeso e obesidade. Na pesquisa da POF 2008-2009, 33,5 % das crianças de cinco a nove anos apresentavam sobrepeso, sendo que em nossa amostra foi registrada uma taxa menor de sobrepeso (22,5%). Segundo dados da POF, 11,8% das meninas na idade de 5 a 9 anos eram obesas, enquanto que 16,6% dos meninos eram obesos. Situação diferente foi registrada neste estudo. Encontrou-se um percentual maior de meninas obesas, uma vez que 25% eram meninas e 11,40% eram meninos. Estes resultados apontaram índices menores de déficit de peso para meninos (3,75%), comparados à classificação dos meninos brasileiros de 5 a 9 anos (4,3%). Neste estudo não foi encontrado déficit de peso para as meninas, enquanto que no Brasil foi registrado déficit de peso para meninas de 3,9%. Conclusão: a avaliação do estado nutricional dos escolares do presente estudo mostrou percentagem elevada de excesso de peso. Este dado torna-se preocupante, uma vez que esses escolares podem vir a desenvolver doenças associadas ao excesso de peso, permanentes para suas vidas, tais como diabetes tipo 2 e hipertensão, assim como os que apresentaram déficit de peso podem estar em risco de desenvolver deficiências nutricionais de micronutrientes.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.