O BRINCAR NO CONTEXTO DA HOSPITALIZAÇÃO INFANTIL COMO PROMOÇÃO DA SAÚDE

DIANA FERRAZ DA SILVA, MARIANGELA PELEGRINI BORSATO, FABIANA ASSMANN POLL

Resumo


Introdução: A hospitalização logo cedo na infância pode se desenhar como uma experiência traumática. Ela afasta a criança do seu ambiente social, faz com que a criança desencadeie sentimentos como angústia, ansiedade e medo. E o brincar aparece como uma forma que as crianças têm em poder se expressar, expor seus sentimentos, preferências, receios e hábitos. Objetivo: Revisar a literatura para demonstrar os benefícios do brincar e do lúdico no espaço da hospitalização de crianças. Método: A busca bibliográfica foi realizada nos bancos de dados do SciELO com os seguintes descritores: promoção da saúde infantil em hospitais, brincar, crianças, lúdico. Resultados: O lúdico se torna uma válvula de escape às experiências de hospitalização, de dor que, às vezes é mais do que a dor física provocada pela doença ou pelos procedimentos, originando junto o conceito de sofrimento psicológico e existencial. O brincar é visto como um espaço de socialização e interação para as crianças. É a criação de uma nova rede social e uma grande possibilidade de sair do afastamento que a internação traz. Muitas vezes os acompanhantes percebem que há uma associação entre a normalidade e o lúdico, e o brincar, pois a criança que está interagindo, brincando aparenta não estar tão doente. O brincar é visto como elemento que proporciona um resgate de um contexto familiar e à sua própria condição de criança. O lúdico é visto como uma chance de adquirir ou construir algo de positivo num momento de tantas perdas e é percebido por muitos como uma forma de garantir a própria adesão ao tratamento. Ele é visto como um veículo de comunicação no sentido de levar informações de uma maneira diferente ao tratamento e ao adoecimento da criança, numa linguagem simples à família e a criança hospitalizada. Também é um modo de mostrar procedimentos, com a possibilidade de aceitação por parte da criança. Unido a esse sentido de terapia, o brincar mostra também uma ação sobre o próprio corpo, constituindo seu próprio equilíbrio, adequando tensões e estresse, tendo ação direta sobre seu sistema imunológico, fazendo com que a criança tenha a probabilidade de retomar um equilíbrio contribuindo para a saúde física. A atividade lúdica tanto pode contribuir para que as crianças tenham um contato com uma linguagem mais acessível, de modo a se expressarem de maneira mais ativa, quanto pode ser um espaço para que essas crianças possam formar seu conhecimento sobre hospitalização, e para que possam apreender melhor essa vivência, e ao mesmo tempo, lidar melhor com essa situação. Conclusão: Ao brincar durante a hospitalização a criança transforma o ambiente em que se encontra, e aproxima-se mais de sua realidade, o que pode ter um efeito muito positivo. As atividades recreativas, livres e desinteressadas, têm um grande efeito terapêutico. Mas o brincar também pode ter um aproveitamento técnico, sobretudo para ajudá-la na concepção e na adaptação mais adequada ao procedimento médico e como recurso para a distração e imaginação da criança.

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