A EXTENSÃO COMO PROPOSTA DE METODOLOGIA ATIVA DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL 226 PROBLEMATIZAÇÕES DA EXPERIÊNCIA NO PROJETO SEMEAR AMIGOS

CAMILA DEUFEL, GABRIELA MORAES DA SILVA, THAIS SPALL CHAXIM, ROSANGELA FONTOURA DA CRUZ

Resumo


INTRODUÇÃO: O Projeto Semear Amigos iniciou em 2005, por meio de uma parceria da Unisc com a empresa Pioneer. Foram realizadas 10 edições do projeto, estando agora em sua 12ª edição. É composto por uma equipe multidisciplinar, contando com professores e alunos bolsistas da Assistência Social, Educação Física, Música e Psicologia. Tendo como foco principal contribuir para a inclusão social e o exercício da cidadania por meio da mobilização comunitária no bairro Santa Vitória. Da mesma forma que compreendemos que toda experiência em extensão potencialmente pode se tornar um campo rico de práticas nos moldes das metodologias ativas, o trabalho no Semear Amigos tem se tornado um grande desafio na construção de uma proposta de trabalho multidisciplinar que rompa com a histórica compartimentalização da formação profissional ainda hoje centrada em metodologias tradicionais apoiadas no paradigma newtoniano/cartesiano fragmentado e reducionista. OBJETIVO: A presente apresentação pretende problematizar a necessidade de mudanças na formação de modo que possa melhor atender as transformações vertiginosas da sociedade exigindo uma visão integral do ser humano, ampliação na concepção de cuidado e uma aguda capacidade de leitura da complexidade do mundo atual. METODOLOGIA: Tal problematização se dá nas supervisões da equipe de psicologia e pretende estender-se a mesma a toda a equipe de bolsistas, estagiários e supervisores do Projeto Semear Amigos, no intuito de gerar transformações. RESULTADO/ CONCLUSÃO: Ainda que a organização do trabalho adotada pela coordenação do projeto Semear Amigos vise a interlocução principalmente entre a psicologia e as demais áreas, pois nas oficinas de futebol, musica, dança e natação pelo menos um bolsista da psicologia acompanha as atividades, a tão almejada interdisciplinaridade fica truncada pelos muros invisíveis construídos na formação tradicional de cada curso. Se a experiência na extensão não contar com o olhar atento e crítico dos envolvidos no processo podemos perder a oportunidade de se apropriar de um espaço de formação que vá ao encontro do tripé ensino-serviço-comunidade enfatizado tanto pelo Ministério da Saúde como da Educação, no sentido de formar profissionais que saibam responder a demanda da realidade e não reprodutores de discursos acadêmicos. A autonomia é o eixo organizador das metodologias ativas, o discente contemporâneo deve ser capaz de ser sujeito que autogerencia e autogoverna seu processo de formação, caso contrario a Extensão Universitária será mais uma 223extensão224 da sala de aula onde o acadêmico não é convidado a ser ativo. A Extensão pode se constituir em um campo de ruptura com o modelo tradicional de ensino-aprendizagem permitindo que o aprendiz busque o conhecimento que a vivência na realidade do trabalho em extensão exige dele, compreendendo e propondo intervenções buscando nos docentes que integram a equipe o respaldo de que necessitam, ampliando dessa forma, suas possibilidades de conhecimento. A problematização é uma potente ferramenta das metodologias ativas, e é no trabalho cotidiano no Semear Amigos, nas oficinas com as crianças e adolescentes, nos encontros com os familiares e a comunidade, na interlocução com a rede de atenção do bairro e nas reuniões de equipe que o embate de pontos de vista que encontramos o maior desafio e ao mesmo tempo oportunidade de construção do conhecimento produzindo diferença na formação e não meramente reproduzindo modelos arcaicos.


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