Introdução: A questão do transporte coletivo urbano é relevante para a população idosa, que enfrenta muitas dificuldades durante a sua utilização. Após os 60 anos de idade, ocorre diminuição da força muscular e déficit de equilíbrio e isto dificulta a execução das atividades de vida diária. Portanto, torna-se mais difícil realizar atividades simples como a utilização do transporte coletivo urbano. Com o aumento expressivo da expectativa de vida no Brasil, aumenta também a demanda de idosos para a utilização deste tipo de transporte. A população idosa tem o direito de realizar suas atividades com independência e autonomia, participar ativamente de eventos familiares, sociais e culturais com a devida acessibilidade e segurança, o que inclui o uso do transporte coletivo urbano. Objetivo: Identificar as dificuldades motoras apontadas por idosos durante a utilização de transporte coletivo urbano. Método: A pesquisa foi realizada, por acadêmicos da disciplina de Fisioterapia Geriátrica e Gerontológica do curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul, no centro da cidade de Santa Cruz do Sul, RS, em novembro de 2015. As questões foram realizadas individualmente com cada idoso, após o convite e o seu consentimento, sendo identificados somente a idade e o sexo. Foi utilizado um questionário próprio, estruturado, com questões que buscaram identificar as dificuldades motoras apontadas por idosos durante a utilização de transporte coletivo urbano. Os dados foram tabulados no programa Microsoft Office Excel 2010 e exportados para o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, versão 20.0), onde foram analisados através de estatística descritiva e percentual. Resultados: A amostra foi composta de 137 idosos com média de idade de 68,9±6,72 anos, havendo predomínio do sexo feminino (71,5%). Quando questionados sobre as dificuldades motoras apresentadas durante o uso deste tipo de transporte, a maioria dos idosos relatou encontrar dificuldades para subir (28,5%) e descer (28,5%) do ônibus, sendo que poucos apresentaram dificuldade para sentar ou levantar do banco, 8% e 10,2%, respectivamente. Além disso, parte dos idosos também disseram sentir falta de equilíbrio (20,4%) durante o uso. Tontura, fraqueza e dor também foram sintomas apontados (14,6%, 8,8% e 3,6%, respectivamente). Considerações finais: O estudo evidenciou que existem dificuldades motoras nos idosos durante a utilização deste tipo de transporte, fato que pode favorecer a ocorrência de quedas e fraturas graves durante a sua utilização, além de inibir a mobilidade urbana destes idosos. Portanto, é necessária maior atenção das empresas de transporte coletivo no sentido de proporcionar mais segurança e conforto para os idosos.
Palavras-chave: Idoso; Transportes; Fisioterapia; Envelhecimento.