PRÁTICAS EDUCATIVAS COM ADOLESCENTES: experiências de acadêmicas de enfermagem
Resumo
Introdução: A adolescência é um período de transição marcado por mudanças físicas e cognitivas, em que se processam significativas transformações no adolescente como físicas, emocional e comportamental. Alterações do sistema hormonal e reprodutivo podem resultar em exposição a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e a gravidez indesejada. Dados do Ministério da Saúde apontam que 45% a 60% dos adolescentes brasileiros iniciam a vida sexual, sem nenhum método contraceptivo. Nesse contexto, a escola assume papel fundamental no enfrentamento dessas questões, pois possibilita a abordagem de temáticas sobre educação em saúde e sexualidade na adolescência, mediante uma abordagem multidisciplinar e multiprofissional, pois envolvem múltiplas dimensões dos sujeitos adolescentes. Nessa perspectiva, o Programa Saúde na Escola (PSE), criado em 2007 tem como base, atividades de educação em saúde que estimulam a prevenção de doenças, a promoção da saúde e o envolvimento da população e sua participação, em assuntos relacionados à saúde e qualidade de vida. A escola constitui-se em ambiente propício ao aprendizado sobre saúde e sexualidade, na medida em que os adolescentes convivem parte significativa do seu dia nesse ambiente, estabelecem relações afetivas, constroem, conhecimentos, amizades, aprendem a respeitar e conviver com pessoas diferentes. Objetivo: Relatar as experiências vivenciadas por acadêmicas de enfermagem na realização de atividades educativas com adolescentes de escolas do município de Santo Ângelo, sobre as infecções sexualmente transmissíveis. Método: Trata-se de um relato de experiência de educação em saúde com adolescentes do 6º e 7º ano do ensino fundamental de escolas municipais de Santo Ângelo/RS. Foi uma prática educativa desenvolvida no período de julho a agosto de 2016. Resultados: Foram realizadas 2 oficinas, com ênfase na dialogicidade da participação com vistas ao fortalecimento da consciência crítica dos atores envolvidos. As oficinas foram desenvolvidas em duas escolas municipais, abrangendo aproximadamente 80 alunos do 6º ao 7º ano. A carga horária foi 8 horas de duração, nos turnos manhã e tarde. As estratégias metodológicas das oficinas fundamentaram-se na concepção dialética de educação popular, em que as técnicas educativas adotadas serviram de ferramentas de apoio. Os temas foram discutidos e aprofundados a partir dos questionamentos dos participantes, sendo explicitados/socializados com o auxílio de técnicas de dinâmicas grupais na tentativa de promover o alcance dos objetivos fomentando a construção coletiva do conhecimento, baseada nas expectativas e experiências do grupo, ou seja, levando em consideração que o conhecimento é fruto da prática concreta e real dos sujeitos, a partir de suas vivências e histórias. Dentre as questões abordadas enfatizaram-se as infecções sexualmente transmissíveis, AIDS/HIV, Sífilis, Candidíase, Herpes Genital, Gonorreia, Condiloma Acuminado, Infecção por HPV, Hepatite B. A abordagem enfatizou o conceito das doenças, sintomas, formas de transmissão e prevenção. Durante a realização da palestra fomos interrompidas alguns vezes por piadas e conversas secundarias, mas tudo resolvido com a mais absoluta educação, por parte das acadêmicas. Para encerramos a palestra explicamos os métodos de prevenção, mostramos a camisinha, tanto feminina, quanto a masculina, aproveitando também para ensinar a maneira correta de colocação. No processo de interação com os adolescentes emergiram diversas dúvidas que eram socializadas e debatidas no grupo. Ao final das oficinas, constatou-se que existem muitas dúvidas e desconhecimento por parte dos adolescentes sobre sexualidade e prevenção. Considerações finais: As estratégias de educação em saúde na escola podem favorecer o processo de empoderamento dos atores em busca da prevenção e promoção da saúde, contribuindo para ampliação do conhecimento sobre saúde, no cumprimento das responsabilidades sociais para o exercício da realização da cidadania.
Palavras-chave: Educação em saúde; Adolescente; Sexualidade; Escolares; Saúde na Escola.
Palavras-chave: Educação em saúde; Adolescente; Sexualidade; Escolares; Saúde na Escola.
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