Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis e acomete principalmente os pulmões. Apesar de ser um problema de saúde pública, é tratável e curável. Medidas de prevenção e controle da doença envolvem o diagnóstico precoce e o tratamento completo do paciente até a cura. A transmissão da TB pode ocorrer enquanto o indivíduo estiver eliminando bacilos, uma vez que a via de transmissão é aérea. Aspectos como idade, imunossupressão e órgão acometido podem estar relacionados com a apresentação clínica sob a qual a TB se manifesta. Objetivo: Analisar o perfil dos pacientes em tratamento para tuberculose no município de Santa Cruz do Sul, no período de maio de 2016. Método: Trata-se de um estudo transversal observacional descritivo, no qual foram incluídos exclusivamente pacientes em tratamento para TB com prontuários disponíveis no Ambulatório de Tuberculose, localizado na Unidade Acadêmica do Hospital Santa Cruz (HSC). A coleta de dados em prontuários foi realizada no dia 30 de maio de 2016 e, posteriormente, os dados foram digitados e analisados no programa Excel®. Resultados: No período avaliado, haviam 34 pacientes registrados no Ambulatório de Tuberculose do HSC, realizando tratamento para TB. Contudo, 29 pacientes encontraram-se incluídos no estudo, pois dentre os pacientes institucionalizados, dois eram presidiários e um era paciente de clínica de reabilitação para dependentes químicos, portanto, não se obteve acesso aos prontuários no arquivo do Ambulatório. Além disso, dois pacientes haviam iniciado o tratamento em regime hospitalar e não havia dados disponíveis da primeira consulta ambulatorial em seus prontuários. A média de idade dos pacientes foi de 44,6 anos (variando entre 14 a 89 anos), sendo 17 pacientes (58,6%) do sexo masculino. Quanto à forma clínica da TB, 20 pacientes (69%) apresentavam tuberculose exclusivamente pulmonar. As outras formas de TB encontradas foram meningoencefalica, mediastinal, ganglionar, pericárdica, pleural, testicular e miliar. Dentre os sintomas presentes na primeira consulta ambulatorial, os mais prevalentes foram tosse ou expectoração, perda ponderal, dor torácica, sudorese noturna, astenia, febre vespertina e dispneia. Dos pacientes analisados, 8 (27%) relataram o uso de tabaco e 5 (17%) o uso de drogas ilícitas. Em relação à soropositividade para HIV, 7 pacientes (24%) relataram serem soro positivos. Considerações finais: Verificou-se que o perfil dos pacientes acometidos pela tuberculose variou quanto à idade, pois atingiu diversas faixas etárias. Observou-se que os pacientes apresentaram os sintomas clássicos da TB pulmonar, sendo esta encontrada como a mais frequente e também a mais relevante para a saúde pública, responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. A partir disso, reforça-se a importância dos profissionais da saúde na busca ativa dos sintomáticos respiratórios, sendo esta a principal estratégia para o controle da TB, uma vez que permite a detecção precoce das formas pulmonares. Ainda, o conhecimento da distribuição dos casos de TB, de acordo com a faixa etária, o tipo de TB e a positividade da baciloscopia de escarro fundamentam um importante aspecto de vigilância epidemiológica como ação de saúde pública.
Palavras Chaves: Tuberculose; Tratamento; Saúde Pública; Vigilância Epidemiológica.