ASSOCIAÇÃO ENTRE O ÍNDICE-TORNOZELO BRAQUIAL E CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE EM PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Josiele Flávia do Couto, Marciele Silveira Hopp, Bárbara da Costa Flores, Dannuey Machado Cardoso, Dulciane Nunes Paiva

Resumo


Introdução: Os portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) apresentam limitação progressiva ao fluxo aéreo decorrente de resposta inflamatória e alto risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. A doença arterial periférica (DAP) apresenta alta prevalência nestes indivíduos e se manifesta de modo assintomático, sendo considerada uma afecção de alto risco cardiovascular. A claudicação intermitente é o sintoma clássico da DAP e ocorre devido a redução do aporte sanguíneo ao tecido muscular esquelético dos membros inferiores (MI) durante o exercício, se caracterizando por dor ou desconforto em panturrilha, coxa ou região glútea durante a caminhada que desaparece após 10 minutos de repouso. Através do Questionário de Edimburgo é possível avaliar a presença de claudicação intermitente em portadores de doenças cardiovasculares e em indivíduos propensos a desenvolver tais doenças. O Índice Tornozelo-Braquial (ITB) se refere a um dos parâmetros utilizados para avaliar a menor perfusão arterial e assim diagnosticar DAP, sendo um método não invasivo, de boa reprodutibilidade e com larga aplicabilidade na detecção de alterações do fluxo sanguíneo periférico. Objetivo: Avaliar associação entre DAP e claudicação intermitente em portadores de DPOC. Método: Estudo transversal que avaliou portadores de DPOC com estadiamento II a IV (GOLD), com faixa etária de 40 a 80 anos e de ambos os sexos. O ITB foi aferido com os indivíduos em decúbito dorsal conforme recomendação da American Heart Association, sendo realizada a aferição bilateral da pressão arterial sistólica (PAS) nas artérias braquiais, pediosa e tibial posterior através de doppler vascular portátil, com esfigmomanômetro posicionado a 03 centímetros acima da fossa cubital e 03 centímetros acima do maléolo medial. Após as medidas, dividiu-se o maior valor entre os MI (PASmi) pelo maior valor entre os membros superiores (MS) (PASms) para o cálculo do ITB geral (ITBgeral= PASmi/PASms). Considera-se normal um ITB de 1.00 a 1.40, limítrofe de 0.91 a 0.99 e como portador de DAP, ITB menor que 0.90. Com a finalidade de avaliar o grau de claudicação, foi aplicado o Questionário de Edimburgo que consiste em um instrumento composto por seis perguntas relacionadas a dor ou desconforto nos MI e que classifica a claudicação em Grau 1 (menor gravidade) e Grau 2 (maior gravidade). Resultados: Amostra composta por 51 portadores de DPOC, com idade de 63,08 ± 6,9 anos e índice de massa corporal (IMC) de 26,5 ± 6,5 Kg/m². Dos indivíduos analisados, que 37,3% apresentaram ITB normal para a presença de DAP, 40% foram classificados como limítrofes para DAP (n=15), dos quais, 06 apresentaram claudicação e 23,5 % da amostra (n=17) foram classificados como portadores de DAP, sendo que 04 indivíduos apresentaram claudicação. Não foi constatada influência do ITB na presença de claudicação intermitente (p=0,801). Considerações finais: Na amostra avaliada, a presença de doença arterial periférica ou predisposição à mesma não influenciou a ocorrência de claudicação intermitente.
Palavras-chave: DPOC; Doenças Cardiovasculares; Doença Arterial Periférica; Claudicação Intermitente.

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