Introdução: o sobrepeso e a obesidade estão intimamente ligados ao estilo de vida dos indivíduos, sendo que hábitos alimentares inadequados e inatividade física vêm, nos últimos anos contribuindo para o aumento nos índices de sobrepeso e obesidade. O excesso de peso na infância e adolescência tende a continuar na fase adulta e, se não for adequadamente controlado, liga-se a diversas doenças crônicas que podem acarretar na diminuição da expectativa de vida e aumento da mortalidade. Na fase da adolescência, a inatividade física, contribui com a probabilidade de hábitos sedentários na vida adulta. Sendo assim, a adolescência é um período de inúmeras transformações que podem influenciar na qualidade de vida futura. Objetivo: caracterizar o estado nutricional de adolescentes de ambos os sexos, acompanhados pelo sistema de vigilância alimentar e nutricional (SISVAN) e Sistema de Gestão de Bolsa Família (DATASUS) Do Rio Grande do Sul – Brasil, comparando os anos de 2010 e 2015. Método: foi realizado um estudo ecológico descritivo com informações secundárias, provenientes do banco de dados do SISVAN e DATASUS, referentes aos anos de 2010 e 2015. A amostra foi composta por 185.991 adolescentes, residentes no estado do Rio Grande do Sul, sendo 80.186 adolescentes do ano de 2010 e 105.805 de 2015. O estado nutricional dos adolescentes foi descrito conforme o indicador de massa corporal para idade (IMC/I) e diagnosticados segundo os parâmetros do Ministério da Saúde. Para melhor estruturação dos resultados as categorias foram agrupadas em três dimensões: magreza; eutrofia e sobrepeso/obesidade. Resultados: observa-se aumento de 24,21% de adolescentes no ano de 2015. Do total de adolescentes de 2010, 29,82% apresentavam sobrepeso/obesidade, 68,18% eram eutróficos e 1,98% se encontravam na categoria magreza. Em 2015, 34,76% do total de adolescentes apresentavam sobrepeso/obesidade, 63,26% eram eutróficos e 1,97% do total se encontravam na categoria magreza. Considerações Finais: houve aumento considerável do percentual de adolescentes com sobrepeso/obesidade dos anos de 2010 para 2015, bem como pequena redução do percentual de eutróficos. No contexto observado, é necessária à implantação de estratégias de educação alimentar e incentivo à prática de atividade física, principalmente nas escolas. Esses incentivos devem visar o desenvolvimento de programas de promoção da saúde, de uma maneira interdisciplinar, propondo uma alimentação mais saudável e um estilo de vida ativo dos adolescentes com vistas à promoção da saúde.

Palavras-chave: Obesidade; Adolescentes; Nutrição; Vigilância Alimentar e Nutricional.