CARACTERIZAÇÃO DA MARCHA DO IDOSO COM LOMBALGIA E SUA RELAÇÃO COM RISCO DE QUEDA

Taynara Fernanda Cardoso Barbosa, Dayele Cruz da Silva, Adriane Behring Bianchi, Mateus Dias Antunes

Resumo


Introdução: Um dos sintomas mais comuns das disfunções da coluna vertebral é a lombalgia, sendo uma das maiores causas de incapacidade dos idosos. Para constatar problemas funcionais associados à locomoção, faz se necessária a análise da marcha. Diversos estudos revelam que o processo do envelhecimento nos sistemas do nosso corpo, tem uma desordem anatômica e funcional que pode acarretar os encurtamentos musculares e diminuição da força, perda de mobilidades articulares e sensoriais que interferem e acomete a mobilidade geral do corpo, expondo a modificações na marcha. As quedas, além de terem consequências graves, interferem negativamente na qualidade de vida, provocando sentimentos de medo, desconfiança e fragilidade, sendo diversas vezes caracterizada como o início da degeneração do quadro geral do idoso, pois, além de modificar sua mobilidade, prejudica suas atividades sociais e recreativas. Objetivo: Caracterizar a marcha de idosos com lombalgia e relacionar com o risco de quedas. Método: A amostra foi constituída por 30 idosas, com idade igual ou superior a 60 anos e do sexo feminino. Foram avaliados o tempo, velocidade da marcha, comprimento do passo e da passada e a cadência por meio da análise de passos demarcados no solo. Para avaliar o risco de quedas foi utilizado o questionário FallRisk Score de Downtown e para avaliar a dor a Escala Visual Analógica (EVA). Foi aplicado o questionário Medical Outcomes Study 36 - Short-Form Health Survey (SF-36), traduzido e validado para o português, que avaliou o estado de saúde dos indivíduos. O questionário é formado por 36 itens, agrupados em oito domínios: Capacidade funcional, aspectos físicos, dor física, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Cada domínio foi avaliado separadamente. Os resultados obtidos foram analisados por meio de estatística descritiva e inferencial. Foi utilizado o teste de correlação de Pearson, a um nível de significância de 5% (p≤0,05). Resultados: Os parâmetros da marcha encontrados na amostra foram: tempo de 13,33±3,92 segundos; velocidade de 0,83±0,28 metros por segundo; comprimento do passo de 48,03±7,79 centímetros; comprimento da passada de 91,60±23,61 centímetros; largura do passo de 12,83±2,81 centímetros; e cadência de 112,13±48,05 centímetros. Quando se correlacionou risco de queda e a dor (EVA) dos idosos, bem como a cadência da marcha com a dor, verificou-se uma fraca correção, não apresentando significância estatística. No entanto, verificou-se forte correlação entre a limitação do aspecto físico (SF36) e a dor, o que levaria a uma alteração na qualidade de vida dos indivíduos. Foi observado que 70% das idosas tiveram quedas anteriores e 56% possuíam alto risco de queda. Conclusão: Conclui-se que embora a dor seja fator limitante, no presente estudo não verificou-se  significativas alterações na marcha e nem alto índice de quedas, mas está fortemente relacionada com a qualidade de vida dos indivíduos principalmente no aspecto físico.

Palavras-chave: Dor Lombar; Envelhecimento; Equilíbrio Postural; Promoção da Saúde.


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