INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO APÓS COLOCAÇÃO DE PRÓTESE EM UM HOSPITAL DE ENSINO

Sonimar de Souza, Betina Brixner, Eliane Carlosso Krummenauer, Roberta Baierle Losekann

Resumo


Considerada uma complicação em pacientes pós operatórios, as Infeções de Sítios Cirúrgico (ISC) são responsáveis pelo alto índice de morbimortalidade e dos custos hospitalares. Nos casos de cirurgias ortopédicas com colocação de implante, é considerada ISC em até um ano após o procedimento. Objetivo: Avaliar a ocorrência de ISC por colocação de prótese em pacientes pós cirúrgicos em Hospital de Ensino no interior do Rio Grande do Sul–RS, Brasil. Método: Estudo descritivo, no qual foi realizado um levantamento das Infecções Relacionadas a Assistência a Saúde (IRAS) por ISC em pacientes submetidos à cirurgias de colocação de prótese durante os anos de 2014 e 2015. Os dados das IRAS foi disponibilizado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do hospital, onde foram selecionados os casos de ISC por colocação de prótese. Para as demais variáveis (sexo, idade, patógeno infectante, antibioticoterapia prescrita e desfecho clínico) foi utilizado o sistema informatizado da instituição. Resultados: Durante o período estudado foram realizadas 525 cirurgias com implante de prótese ortopédica e notificadas 7 ISC por colocação de prótese pela CCIH. Sendo assim,  a incidência de ISC foi de 1,23%. Referente ao sexo, 4 (57%) eram do sexo feminino e 3 (43%) do masculino. A média de idade encontrada foi de 64,6 anos ±18,2, cuja menor e maior idade foram, respectivamente, 28 e 80 anos. Os microrganismos causadores das ISC pós colocação de prótese foram: 1 (14,3%) por Staphylococcus aureus, 1 (14,3%) por  Pseudomonas spp, 4 (57,1%) foram infecção cirúrgica clínica, não havendo crescimento de microrganismo na cultura. Uma (14,3%) das ISC foi causada por infecção fúngica por Candida spp. Os medicamentos mais utilizados foram a classe das quinolonas (57,1%), havendo associação destes com clindamicina em 2 (28,6%) casos; seguido das  cefalosporinas (28,6%), e para infecção fúngica, migafungina (14,3%). Todos os pacientes acometidos com ISC pós colocação de prótese receberam alta hospitalar. Considerações finais: Durante o período estudado, a incidência de ISC após colocação de próteses ortopédicas foi considerada aceitável. A identificação do patógeno foi uma limitação do estudo. Acredita-se que a utilização de antibioticoterapia tenha influenciado no crescimento e identificação do microrganismo. Apesar da incidência de ISC pós colocação de prótese estar reduzida, é necessário estar atento para a prevenção das mesmas, como também garantir o controle das ISCs para possibilitar a segurança dos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos e assim atingir uma redução nos custos hospitalares e na morbimortalidade relacionada ao atendimento dos serviços de saúde.

Palavras Chave: Infecção Hospitalar; Próteses e Implantes; Infecções Relacionadas à Prótese.


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