DESCRIÇÃO DO APOIO SOCIAL OFERTADO ÀS MULHERES EM TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA: importância para o prognóstico

Sabrina de Almeida Rodrigues, Julia Wosch Brochonski, Cristiana A Soares Manzotti, Marcelo Picinin Bernuci

Resumo


Introdução: Reconhecidamente, a adesão ao tratamento de câncer de mama está associada à maior sobrevida, porém, os fatores associados ao abandono e a não persistência ao tratamento não são amplamente compreendidos. Além disso, as variáveis psicossociais têm recebido uma atenção limitada, apesar de suas relações bem documentadas com a adesão aos tratamentos de outras doenças crônicas. Objetivo: Descrever o perfil do apoio social ofertado às pacientes em tratamento do câncer de mama bem como sua relação com o prognóstico. Método: Trata-se de um estudo descritivo realizado em um centro de referência na investigação de câncer de mama do município de Maringá/Paraná a partir da análise de prontuários de mulheres diagnosticadas com câncer de mama do tipo maligno (CID C50) entre os anos de 2013 e 2014. Os dados psicossociais foram obtidos por meio da aplicação de um questionário semiestruturado durante visita domiciliar. Resultados: Foram identificadas no período 98 mulheres com diagnóstico de câncer de mama, das quais 51% residiam em Maringá e o restante em municípios vizinhos. Das residentes, 56% (n=28) aceitaram participar da pesquisa. 28,6% das entrevistadas relataram ter vivenciado algum episódio de depressão ou transtorno psicológico durante o período de tratamento e 35,7% passaram por um período de estresse e dificuldade. 82% relataram ter tido apoio social durante o período de tratamento, das quais 47,8% eram casadas; 26,1% viúvas; 17,4% separadas e 8,7% solteiras. Para as casadas, o apoio proveio principalmente dos filhos (54,5%) e da igreja (36%). Para as viúvas 50% dos filhos e 50% da igreja. Para as separadas 100% dos filhos. Para as solteiras 50% dos filhos e 50% dos pais. Das pacientes que receberam suporte social 39% obtiveram alta no tratamento, 43,5% ainda estavam em tratamento e 17,5% apresentaram recidivas. Das pacientes que não receberam apoio, 20% delas obtiveram alta e 80% estavam em tratamento. Considerações finais: Verificou-se que as mulheres que receberam apoio social apresentaram maior taxa de alta do tratamento comparado àquelas que não obtiveram apoio. Neste contexto, o apoio cedido pelos filhos e pela igreja se destacou entre os relatos das pacientes.
Palavras-chave: Doença Crônica; Qualidade de Vida; Apoio Espiritual; Apoio Social.

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