PREMATURIDADE DE RECÉM-NASCIDOS: aspectos relevantes de um problema crescente

Valdomiro José de Souza, Maria Aparecida Tedeschi Cano, Glória Lúcia Alves Figueiredo, Lilian Cristina Gomes do Nascimento Cristina Gomes do Nascimento

Resumo


Introdução: Os nascimentos de crianças prematuras constituem-se num dos grandes problemas para a saúde pública da atualidade, impactando diretamente na saúde da gestante e da criança. Um primeiro desafio diz respeito ao aumento na taxa de mortalidade infantil. Um segundo, à qualidade de vida destas crianças e da sua família e, por fim, o impacto nos custos hospitalares em decorrência dos longos períodos de internações. Entende-se por prematuro o neonato cujo nascimento ocorreu antes da 37ª semana de gestação ou com menos de 259 dias, desde o primeiro dia do último período menstrual normal. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em relatório de 2012, calcula que em todo o mundo, nasce em torno de 15 milhões de crianças prematuras, representando mais de 10% do total dos nascimentos. Em informe de 2013, a estimativa foi de 1 milhão de mortes em crianças menores de 5 anos, decorrentes de complicações relacionadas à prematuridade. No Brasil, segundo dados de 2013 do Ministério da Saúde, no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, 11,48% dos poucos mais de 2,9 milhões de nascimentos eram de prematuros. A mortalidade infantil nesta população foi estimada em 16% ao ano, conforme levantamento do ano em questão. Na cidade de Franca - um município de 342.112 habitantes, segundo o IBGE, 2015 - a incidência de partos prematuros, considerando ainda o ano de 2013, esteve alinhada com os percentuais nacional, de 10,83%. Como a prematuridade está diretamente ligada à gestação e ao nascimento, a busca por fatores predisponentes relacionados à gestante e à sua gestação, tornam-se importantes fontes para se compreender melhor este problema. Neste esforço não se pode deixar de considerar as condições socioeconômica, biológica e comportamental das mães{Bettiol, 2010, Epidemiologia do nascimento pré-termo: tendências atuais}. Objetivo: Conhecer as circunstâncias que envolvem os nascimentos prematuros em um município do Estado de São Paulo. Método: Estudo realizado com prontuários de 287 prematuros nascidos no município de estudo e em atendimento no ano de 2015, no ambulatório de crianças de alto-risco do mesmo município. As variáveis de interesse quanto aos prematuros foram: sexo, idade gestacional, peso ao nascer. Quanto às mães foram: idade, tipo de gestação, tipo de parto, intercorrência. Os aspectos éticos da pesquisa foram observados seguindo as orientações contidas na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Franca com parecer favorável sob o número 1.322.374. Resultados: A prematuridade esteve presente em 76,2% dos pacientes de alto risco, atingindo de maneira proporcional a meninos e meninas. A idade gestacional mostrou que a maioria dos prematuros está classificado como “muito prematuros” com idade gestacional compreendido entre a 27ª e a 31ª semanas. O peso esteve abaixo de 1.500g. Ficaram internados em média 49,9 dias, permanecendo em UTI neonatal 30,7 dias. A maior parte das mães (49,1%) apresentou idade entre 20 e 30 anos e as adolescentes responderam por 14,3%. A gestação simples foi a mais prevalente (85,7%) e o parto cesáreo foi a opção adotada em 78,4%.  As maiores intercorrências de saúde foram a pré-eclâmpsia e a hipertensão arterial, totalizando 22,9%. Considerações finais: Conclui-se que é premente a necessidade de identificação dos fatores de risco associados, através de um pré-natal revestido de uma visão holística que procure entender melhor a gestante a partir do seu ambiente e da sua condição existencial.

Palavras-chave: Prematuridade; Fatores de Risco; Gravidez; Recém-nascido.


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