PERFIL NUTRICIONAL DE IDOSOS INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Maiara de Queiroz Fischer, Carina Garcia, Katiane Schmitt Dalmonte, Katiele Baelz, Carolina Testa Antunes, Fabiana Assmann Poll

Resumo


Introdução: O estado nutricional interfere diretamente na evolução clínica do paciente crítico e a má nutrição proteica-calórica contribui para o aumento da morbidade-mortalidade em Unidade de Terapia Intensiva. Nos pacientes críticos, que configuram amplo espectro de pacientes com diferentes patologias, respostas metabólicas e tratamentos, a desnutrição pode ser preexistente, manifestar-se à internação ou desenvolver-se em decorrência do estado hipercatabólico e hipermetabólico. A prevalência da desnutrição no ambiente hospitalar oscila entre 30% e 60% dos pacientes hospitalizados, sendo mais elevada neste paciente, devido à alteração no metabolismo dos diferentes substratos e ao déficit de nutrientes. Objetivo: Avaliar o estado nutricional de pacientes idosos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva entre os anos de 2013 a 2015. Método: Estudo transversal e retrospectivo em idosos internados na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital de ensino do interior do Rio Grande do Sul no período de 2013 a 2015. O presente instrumento foi vinculado à pesquisa “Análise e utilização de instrumentos de avaliação nutricional de um hospital de ensino”, que foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade de Santa Cruz do Sul, sob protocolo de número 1.432.417/2016. Foram coletados das fichas de avaliação nutricional preenchidas pelas acadêmicas do curso de nutrição, o peso, a altura e a circunferência do braço dos pacientes na primeira avaliação antropométrica, realizada durante as primeiras 48 horas da internação, e o diagnóstico clínico. Para classificar o estado nutricional, calculou-se o IMC e classificou-se conforme propõe Lipschitz (1994). Os dados foram tabulados e avaliados no programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0. Resultados: Foram avaliados 181 idosos, com idade média de 72,00 ± 8,37 anos, 61,9% eram do sexo masculino. Quanto ao estado nutricional, 23,2% estavam com baixo peso, 36,5% estavam eutróficos, 40,3% estavam com excesso de peso, sendo que o sexo masculino apresentou maiores percentuais de magreza (14,91%), apresentaram 19,34% de eutrofia e 27,63% de excesso de peso. Os principais diagnósticos foram doença cardiovascular (67,4%), seguido de doenças
pulmonares (8,8%) e doenças do aparelho digestório (6,6%). Considerações finais: A maior parte dos idosos internados na Unidade de Terapia Intensiva do hospital no período de 2013 a 2015 eram do sexo masculino (61,9%), e 40,3% apresentaram excesso de peso. O diagnóstico mais prevalente foi à doença cardiovascular (67,4%), o que pode se relacionar com o excesso de peso apresentado pela maioria dos pacientes idosos internados no período estudado. No Brasil, as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade e alguns estudos mostraram que há uma correlação direta entre o ganho ponderal e o excesso de peso com o risco de doenças cardiovasculares. Já, a prevalência de desnutrição foi de 23,2%, ou seja, abaixo do percentual de outros estudos.
Palavras-chave: Estado Nutricional; Idoso; Unidade de Terapia Intensiva; Diagnóstico.

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