ANÁLISE DO ESTILO DE VIDA E FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER DE PELE EM USUÁRIOS DO SUS NO MUNICÍPIO DE VENÂNCIO AIRES/RS
Resumo
: O câncer de pele, apesar de ser o mais frequente no Brasil, apresenta alta taxa de cura quando diagnosticado precocemente. Entre os fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de câncer, estão pessoas com mais de 40 anos, de pele clara e trabalhadores expostos ao sol. A exposição excessiva ao sol é a principal causa da doença. A partir disso, o estilo de vida da população apresenta-se diretamente ligado ao desenvolvimento do câncer. Assim, torna-se necessário a promoção da saúde para que medidas de proteção sejam adotadas. Objetivo: Analisar o estilo de vida e os fatores de risco relacionados ao câncer de pele em usuários do Sistema Único de Saúde, no município de Venâncio Aires/RS. Método: Trata-se de um estudo transversal, descrito, por meio da aplicação de um questionário previamente estabelecido pela pesquisa do Programa de Educação pelo Trabalho (PET) - Saúde, grupo vigilância em Câncer, na pesquisa Prevenção do Câncer: um enfoque na atenção primária para ações de vigilância e diagnóstico precoce. Os pacientes foram entrevistados no Posto de Atendimento Médico (PAM), no Hospital Ana Nery e em visitas domiciliares realizadas por bolsistas do programa, nos anos de 2013 e 2014. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Dos questionários respondidos, selecionou-se aleatoriamente 45 pacientes para análise. Os dados foram digitados e analisados no programa Excel®. Resultado: A idade média dos entrevistados foi de 54,5 anos (variando entre 22 a 82 anos), sendo 71% mulheres. Dos participantes, 78% não possuíam plano de saúde, 27% trabalhavam como agricultores e 75,5% usavam algum medicamento de uso contínuo. Dentre os entrevistados, 49% já apresentaram algum tipo de câncer, sendo que 7% já apresentaram algum tipo de câncer de pele. Com relação à cor dos olhos, 40% das pessoas se declararam com olhos castanhos escuros, 28,9% castanhos claro, 13,3% azuis, 11,1% verdes e 6,7% pretos. Quanto à cor da pele, 66,7% declararam ter pele branca, 17,8% morena, 8,9% parda, 4,4% preta ou negra e 2,2% amarela. Considerando a exposição solar, mensurando-se horas no sol, 57,8% se expõem de uma a 4 horas, 20% dos entrevistados se expõem mais de 4 horas, 13,3% relataram que não se expõem e 8,9% se expõem menos de uma hora. Interrogou-se acerca das medidas de proteção solar durante exposição ao sol, sendo que 42,2% costumam usar chapéu, 24,4% boné, 33,3% óculos escuro, 35,5% calça comprida e 17,8% fazem uso de camiseta de manga longa. Sobre a utilização de filtro solar, 62,2% não costumam fazer uso, 28,9% usam diariamente e 8,9% utilizam ocasionalmente. Contudo, 33,3% dos entrevistados afirmaram já terem apresentado alguma queimadura solar. Além disso, apenas 11,1% dos pacientes já realizaram o autoexame da pele e somente um entrevistado já foi orientado por algum profissional da saúde sobre o autoexame da pele. Considerações finais: Abordar o tema do câncer de pele é fundamental, principalmente em uma região como a que está inserida o grupo estudado, na qual apresenta colonização principalmente europeia, de pele branca e onde a agricultura, que geralmente demanda exposição ao sol, é uma das principais fontes de renda da população. Mesmo assim, verificou-se no estudo que o tema ainda é pouco abordado na promoção em saúde. Com isso, muitas vezes os pacientes acabam menosprezando o uso de fatores de proteção, cuidado básico para prevenir esse tipo de câncer.
Palavras-chave: Prevenção; Câncer de Pele; Exposição Solar; Promoção da Saúde; Proteção Solar.
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