QUALIDADE DE VIDA DE ADOLESCENTES EM EXCESSO DE PESO

Fabiana Assmann Poll, Helen Freitas D’avila, Luana Beatriz Limberger, Cézane Priscila Reuter, Miria Suzana Burgos, Elza Daniel de Mello

Resumo


Introdução: Qualidade de vida se refere à percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. A adolescência é um período caracterizado por processos de crescimento e desenvolvimento em que ocorrem diversas mudanças biopsicossociais de forma concomitante e marcante. Estas modificações tornam os adolescentes mais vulneráveis a fatores de riscos à saúde e a mudanças no modo de viver, com interferência direta na qualidade de vida. Dentre essas mudanças, a Organização Pan-americana de Saúde promove uma incorporação da perspectiva de gênero para elaboração e desenho dos programas e projetos que abordam a qualidade de vida. Visa atender as demandas de saúde com equidade, já que existem diferenças e características biológicas por sexo, assim com sua interação com fatores sociais, supõem identidades, interesses e responsabilidades diferenciadas que refletem na sua saúde. Objetivo: Comparar escores de qualidade de vida em adolescentes em excesso de peso, diferenciando-os por sexo e estado nutricional, de sobrepeso e obesidade. Método: Participaram adolescentes do projeto de pesquisa “Saúde dos Escolares”, desenvolvido junto a universidade. Os escores de qualidade de vida foram obtidos pela aplicação do questionário Pediátrico de Qualidade de Vida - PedsQL 4.0, dividido em quatro domínios: físico, emocional, social e escolar, obtendo-se o escore de cada domínio, o total e o psicológico. A comparação dos escores, de acordo com o estado nutricional do adolescente (sobrepeso e obesidade), foi realizada através do teste de Mann-Whitney, estratificado por sexo; a relação entre as variáveis numéricas (escore versus indicadores antropométricos) foi testada pela correlação de Spearman (ρ). Foram consideradas significantes as diferenças para p<0,05. Resultados: Totalizou-se 61 adolescentes. Destes, 57,38% (n=35) eram do sexo feminino, com idade média de 13,061,57 anos, sendo que 16 estavam em sobrepeso e 19 em obesidade. Enquanto 42,62% (n=26) eram meninos, com idade média
de 12,851,87 anos, e 14 estavam em sobrepeso e 12 em obesidade. O escore mediando total de qualidade de vida se mostra maior para os meninos (83,12) do que para as meninas (79,06) (p=0,277). Considerando o estado nutricional, as adolescentes em sobrepeso, apresentaram um escore mediano total de 74,37 (64,68-88,55) e aquelas em obesidade, 80,62 (75,78 – 90,47). Os adolescentes do sexo masculino em sobrepeso apresentam um escore mediano total de 90,62 (81,52 – 94,88) e os em obesidade, 79,45 (68,55-83,04). Meninos com sobrepeso apresentam escore mediano superior para o domínio físico (p=0,003), emocional (p=0,028), psicológico (p=0,012) e escore total (p=0,004), em comparação aos meninos com obesidade. Entre as meninas, não foram observadas diferenças significativas nesta comparação. Além disso, observa-se que, entre os meninos, o índice de massa corporal se correlacionou de forma inversa e moderada com o domínio emocional (ρ: -0,415; p=0,035), com o domínio psicológico (ρ: -0,485; p=0,012) e com o escore total (ρ: -0,504; p=0,009). Considerações finais: O escore total de qualidade de vida foi mais alto nos meninos, e aqueles em sobrepeso também tiveram escores melhores quanto aos domínios físico, emocional e psicológico, comparados aos obesos, achados esses não observados para as meninas.
Palavras-chave: Adolescência; Obesidade; Qualidade de Vida; Escolares.

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