PROMOÇÃO DA SAÚDE AUDITIVA DE PORTUÁRIOS AVULSOS: um estudo das fontes ruidosas

Liane Silveira da Rosa, Andréia Martins do Couto, Tatiele Roehrs Gelati, Daniela Inês Thier Roloff, Marta Regina Cezar-Vaz

Resumo


O ambiente portuário é um dos ambientes de trabalho que exige atenção na particularidade da saúde auditiva dos Trabalhadores Portuários Avulsos (TPA), uma vez que os terminais portuários se constituem de ambientes com intensa movimentação de cargas, utilização de instrumentos e veículos ruidosos. Assim, a enfermagem utiliza-se de técnicas que lhes permite sistematizar suas ações de modo a agir com maior precisão para promoção, proteção e conservação da saúde dos trabalhadores. Objetivo: Identificar fontes ruidosas no ambiente portuário como contribuição potencial para o dano auditivo do trabalhador. Método: Estudo quantitativo, observacional, desenvolvido em um porto do extremo sul do Brasil. Foram realizadas 87 observações com uma amostra de conveniência de 66 TPA. Destes, 12 foram observados mais de uma vez. Ocorreu no período de julho a dezembro de 2014, com média de 8 a 9 horas diárias. Para a medição dos níveis de pressão sonora presente no ambiente portuário, foi utilizado o medidor de níveis de pressão sonora (decibelímetro) do modelo 248 da marca Homis. Sendo verificado no tempo de 60 minutos, de acordo com os locais de atividade dos trabalhadores, onde as observações foram possíveis. Os valores das medições ocorreram concomitantes à emissão de ruído das fontes dos veículos automotores, equipamentos automatizados e mecânicos. Resultados: Foram realizadas 87 observações com uma amostra de conveniência de 66 trabalhadores, todos do sexo masculino. A média de idade foi de 51,7 anos (±8,36), com mínimo de 37 anos e máximo de 73 anos. O tempo de trabalho médio foi de 15,35 anos (±1,85), com mínimo de 5 anos e máximo de 17 anos. A maioria considerou-se de cor branca (49; 74,7%) e, quanto ao estado civil, 56,0% eram casados. Nas 87 (100%) observações realizadas, totalizaram-se 167 horas e 10 minutos de observação, das quais 76 (87,4%) foram observações de trabalhadores da capatazia, 8 (9,1%) da estiva e 3 (3,4%) conferentes de cargas. As fontes ruidosas foram categorizadas conforme a observação em: automotoras, automatizadas e mecânicas. Os veículos automotores foram as principais fontes ruidosas nas atividades desenvolvidas no armazém (69 a 95dB) e no pátio automotivo (69 a 95dB). O portão de acesso ao cais do porto (68 a 92dB) e o cais (65 a 89Db) apresentaram o nível de pressão sonora produzido pela associação de veículos automotores, equipamentos automatizados e mecânicos. No foco da utilização dos protetores auriculares, identificou-se que, dos 66 trabalhadores portuários avulsos observados, 63 (98,5%) não faziam o uso de protetor auricular.  Os três trabalhadores que faziam uso deste EPI eram da categoria da capatazia. Um (1,8%) utilizava o protetor auditivo circum-auricular, e os outros dois (3,6%) utilizaram o protetor auricular de inserção. Nenhum dos trabalhadores utilizou protetor semiauricular durante as observações no ambiente portuário. Considerações finais: Verifica-se que o ruído ocupacional é um risco que acomete a saúde auditiva dos trabalhadores, nas diferentes funções exercidas, reforçando a importância de reconhecê-lo no ambiente de trabalho e do desenvolvimento de ações de promoção da saúde e proteção voltadas a saúde auditiva.

Palavras-chave: Saúde do trabalhador; Enfermagem; Ruído Ocupacional. Promoção da Saúde.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.