CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E DE PRÉ-NATAL DE MÃES DE LACTENTES PREMATUROS DE UM AMBULATÓRIO DE ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA

Rita de Cássia Fuga Berteli Fontes, Leziane Isolina Vilela Almeida, Marisa de Andrade Brunheroti, Gloria Lucia Alves Figueiredo

Resumo


Introdução: O parto prematuro, ocorrido antes de 37 semanas de gestação, é a principal causa de morbidade e mortalidade neonatal. A patogenia do parto prematuro é complexa e o sucesso do seu manejo depende da avaliação cuidadosa dos riscos maternos e fetais para dar continuidade ou não à gestação. Fatores maternos como: extremos de idade, história de parto prematuro anterior, reprodução assistida, baixo nível socioeconômico e educacional, infecções, doenças crônicas, patologias uterinas, rotura prematura de membranas, gestações múltiplas, hábitos de vida como tabagismo e uso de drogas ilícitas, além de assistência pré-natal deficiente, são fatores de risco para o parto prematuro espontâneo. Os diagnósticos mais frequentemente associados ao parto prematuro indicado devido à urgência, são as desordens hipertensivas, hemorragia e sofrimento fetal agudo. Objetivo: Identificar o perfil das mães de lactentes que nasceram prematuros e que utilizam o seguimento do Ambulatório de criança de Alto Risco da rede pública de saúde. Método: O estudo foi de caráter observacional e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Franca e desenvolvido no Ambulatório de Crianças de Alto Risco da Prefeitura de cidade do interior de São Paulo. Foram coletados dados sociodemográficos e de pré-natal correspondentes às mães de lactentes prematuros, no período de fevereiro de 2015 à fevereiro de 2016 e estão expostos em porcentagem. Resultado: Evidenciado que 66% das mães estavam em idade adequada para gestação (19 à 34 anos), 50,7% concluíram o ensino médio, 39,6% relatavam tabagismo por algum membro morador do domicílio, 63,4% iniciaram o pré-natal com oito ou mais semanas de gestação, 51% fizeram mais de cinco consultas de pré-natal, 69,9% eram multíparas, 38% tiveram rotura prematura de bolsa amniótica, 36,5% apresentaram infecção urinária na gestação, 60,3% receberam corticoide antenatal e 76,1% foram submetidas a parto cesáreo. Considerações finais: Foi evidenciado um elevado índice de partos cesáreos e o número ideal de consultas de pré-natal não foi atingido por quase metade das gestantes. Dessa forma, destaca-se a importância da assistência pré-natal como ação imprescindível para prevenção da prematuridade, identificando-se precocemente as situações de risco. Ações de promoção da saúde direcionadas a essas mães, possibilitando o empoderamento e, consequentemente, informação e conhecimento que lhes
dê capacidade de decisão e escolhas, seriam uma boa estratégia para melhorar esses indicadores.
Palavras-chave: Prematuro; Trabalho de Parto Prematuro; Fatores de Risco; Cuidado pré-natal.

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.