PREVALÊNCIA DE HIPOVITAMINOSE D NO SUL DO BRASIL
Resumo
A Hipovitaminose D tem sido considerada um problema de saúde pública global. Estudos recentes correlacionam a deficiência de Vitamina D com diversas doenças, tais como câncer, doenças cardiovasculares, esclerose múltipla, artrite reumatóide, diabetes, doenças crônicas, doenças autoimunes e função cognitiva. Os valores utilizados pelo consenso da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM, 2014) consideram níveis de 25-hidroxivitamina D 25 (OH) D menores que 20 ng/mL (50 Nmol/L) como deficiência, níveis entre 20 e 30 ng/mL (50 a 74 Nmol/L) como insuficiência, e valores maiores que 30 ng/mL (75 Nmol/L) como suficientes. Atualmente níveis insuficientes de Vitamina D têm sido demonstrados em populações de clima ensolarado e o Brasil está inserido em um cenário preocupante que envolve elevada taxa de prevalência de deficiência e insuficiência de vitamina D. Objetivo: Avaliar a prevalência de hipovitaminose D em uma população do interior do Rio Grande do Sul, utilizando a dosagem sérica de 25 (OH) D. Método: Foi realizada uma revisão no banco de dados de laboratórios de patologia clínica do município de Santa Cruz do Sul/RS, na qual foram analisados dosagem sérica de 25 (OH) D realizados no ano de 2014 e de 2015. Resultados: Foram avaliados 4283 indivíduos, sendo que 39,6% desses indivíduos se manteve dentro dos níveis considerados normais, 59,7% foi classificado como insuficiente e 0,7% como deficiente em vitamina. Quando avaliadas as médias nos diferentes meses do ano, houve diferença entre os meses, especialmente entre as estações do ano. Nota-se que os meses de verão, ou seja, janeiro, fevereiro e março têm os maiores níveis de vitamina D em comparação com inverno, maio, junho e julho. Considerações finais: O Brasil possui clima tropical e de baixa latitude, o que alguns estudos antigos sugeriam ser um fator para proteção de hipovitaminose D. O presente estudo corrobora com demais estudos, no qual se demonstra alta prevalência de hipovitaminose D em todas as faixas etárias. Os demais estados do Brasil apresentaram insuficiência de vitamina D entre 42,4 e 69,2% dos indivíduos, muito semelhante aos 59,7% encontrados neste estudo. Por outro lado, nota-se a clara relação entre os níveis de vitamina D e os meses do ano, sugerindo oscilação nos níveis de acordo com as estações e a incidência solar. Apesar do Rio Grande do Sul ter sido descrito como sendo um estado com maior prevalência de deficiência de vitamina D, devido às suas características climáticas, o presente estudo demonstrou que não houve diferenças nos níveis de deficiência de Vitamina D quando comparados com outros estudos realizados em diferentes estados brasileiros.
Palavras-chave: Vitamina D; Hipovitaminose D; Incidência solar; Deficiência de vitamina D; Rio Grande do Sul.
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