SONOLÊNCIA DIURNA EXCESSIVA DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ATUANTES EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
Resumo
: As necessidades socioeconômicas produziram um crescimento da jornada de trabalho, e assim, reduziram as horas de descanso dos trabalhadores. Desta forma, tem-se gerado transtornos do sono, sendo frequentes a insônia, sonolência excessiva diurna (SDE), a incapacidade de dormir no momento desejado e eventos anormais durante o sono. O sono constitui-se elemento fundamental no equilíbrio biológico do organismo e é essencial para manutenção e restauração de energia. Tendo em vista as características do trabalho em unidades de terapia intensiva, acredita-se que a equipe de enfermagem compõe um grupo susceptível aos transtornos do sono. Objetivo: Identificar a sonolência diurna excessiva em enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que atuam em unidades de terapia intensiva adulto em um município no extremo sul do Brasil. Método: Pesquisa exploratória e descritiva de caráter quantitativo, desenvolvida com enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem de duas Unidades de Terapia Intensiva adulto (UTI), localizadas em um município no extremo sul do Rio Grande do Sul. A coleta de dados ocorreu mediante aplicação da Escala de Sonolência de Epworth. A análise dos dados foi realizada por meio de analises descritivas e inferenciais. Foram respeitados os preceitos éticos conforme o parecer 04/2016 do CEPAS-FURG. Resultados: Participaram da pesquisa 57 profissionais, sendo 51 do sexo feminino e seis do sexo masculino. A maioria dos profissionais são técnicos de enfermagem (n=37; 64,9%), e trabalham na UTI I (n=35, 61,4%). Os profissionais auxiliares de enfermagem apresentaram maior média de idade (44 anos, DP±5). Com relação às características físicas dos trabalhadores, 16 (28,1%) realizavam atividade física e a maioria dos trabalhadores apresentavam sobrepeso (n=21; 36,8%), sendo que a média de peso foi de 78,35kg (DP±14,2) e de altura foi de 138,3cm (DP±60,1cm). A SDE foi verificada em 22 (38,6%) trabalhadores, sendo o escore médio global da escala 9,19 (DP=4,8) e a categoria mais afetada foram os técnicos de enfermagem (n=15; 40,5%). À aplicação dos testes estatísticos, a categoria profissional dos participantes esteve significativamente relacionada à classificação do índice de massa corporal dos trabalhadores (p<0,022) e a análise entre a classificação do IMC e os escores de sonolência não indicou associação significativa entre os trabalhadores pesquisados, inferindo que o sobrepeso entre estes trabalhadores não associou-se à ocorrência de SDE. Entre os trabalhadores que realizam descanso durante o trabalho, 45,7% (n=16) apresentaram escore para SDE acima de 10. Relacionando-se o escore da SDE e a realização de atividade física, obteve-se associação significativa entre as variáveis (p<0,11). Considerações finais: Os resultados apontaram que a massa corporal dos trabalhadores pode produzir SDE entre os trabalhadores pesquisados. Já a associação entre os períodos de descanso dos trabalhadores e a realização de atividades físicas mostrou uma possibilidade de atuarem como produtores de um sono mais efetivo, apresentando-se como condições capazes de disparar ações intervencionistas da enfermagem, promovendo assim a saúde do trabalhador da saúde.
Palavras-chave: Enfermagem; Saúde do Trabalhador; Distúrbios do Sono por Sonolência Excessiva; Unidades de Terapia Intensiva.
Texto completo:
PDFApontamentos
- Não há apontamentos.