RELAÇÕES DE GÊNERO NO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA OCUPACIONAL
Resumo
O campo da Saúde do Trabalhador (ST) compreende o trabalhador como sujeito central na busca pelo conhecimento do processo saúde-doença-trabalho condicionada por fatores sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais presentes nos processos de trabalho, e na atuação para a promoção da sua saúde. No Brasil, assistimos o crescente incremento das mulheres no mercado de trabalho, exercendo diferentes profissões em diversos setores. Para contemplar essa diversidade, precisa-se de um conceito integral de saúde que inclui os processos de adoecimento no trabalho e os impactos dos fatores referentes à reprodução social. Objetivo: Identificar estudos científicos que abordam o gênero na relação com riscos e doenças ocupacionais. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que partiu da questão norteadora: quais riscos e doenças ocupacionais estão relacionadas à questões de gênero? Para localização e seleção dos estudos, foi realizada pesquisa eletrônica nas seguintes bases de dados: LILACS, MEDLINE/ PubMed, CINAHL, SciELO e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS/BIREME). O período de publicação selecionado foi de 2011 a julho de 2016. A coleta de dados foi realizada no mês de julho de 2016, utilizando-se os descritores nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola: “doenças profissionais” e “gênero e saúde”, que foram pesquisados separadamente e em combinação. Foram excluídas duas publicações que se repetiram nas bases de dados, 24 publicações sem texto completo disponível online, 219 publicações por não responderem à questão de pesquisa. Após leitura analítica, selecionaram-se oito publicações. Os critérios de inclusão definidos foram: artigos publicados em português, inglês e espanhol; com texto completo disponível; publicados e indexados no período de 2011 a 2016. Foi utilizado um protocolo de análise e síntese dos artigos. Resultados: A totalidade dos artigos científicos foram publicados no idioma inglês, sendo que quatro foram desenvolvidos nos Estados Unidos da América e um no Brasil. Em 2015 e 2016 não foram publicados estudos científicos sobre a temática. Oito artigos foram publicados em periódicos internacionais, com destaque para American Journal of Industrial Medicine (n=2). O número de participantes investigados variou de 2205 até 14618 indivíduos. Os seguintes sistemas orgânicos foram afetados por doenças ocupacionais: respiratório (n=4), osteomuscular (n=2), mental (n=1) e cardiovascular (n=1). Além disso, três estudos trataram de doenças específicas, como a hipertensão e a asma, um abordou sintomas como a tosse, dispneia, catarro crônico e três apresentaram fatores de risco tais como exposição à pesticidas, postura ergonômica inadequada. Nestes estudos, percebeu-se que as mulheres são mais vulneráveis às doenças ocupacionais devido: questões de diferentes setores ocupacionais, questões ambientais, psicossociais e principalmente questões fisiológicas que estão mais relacionadas com o sistema endócrino, porém o fator que também colaborou para o desencadeamento de doenças ocupacionais foi a distinção de setores ocupacionais e os riscos dos quais o trabalhador está submetido. Considerações finais: O presente estudo identifica a necessidade de realização de estudos envolvendo relação de gênero, pois homens e mulheres ainda possuem diferenças significativas tornam as mulheres mais suscetíveis à problemas de saúde ainda em consequência das características ocupacionais.
Palavras-chave: Saúde do Trabalhador; Gênero e Saúde; Doença Ocupacional; EnfermagemTexto completo:
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