CYBERLOAFING E AS IMPLICAÇÕES PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM

Neiva Claudete Claudete Brondani Machado, Janine Goldschmidt de Avila, Edinara Moraes Morais, Geovana Oliveira Anschau, Daiane Cristina Prestes, Andressa Peripolli Rodrigues

Resumo


A Internet é uma das tecnologias que mais se desenvolveu e contribuiu largamente para a democratização dos acessos à informação, permitindo que, aos diferentes níveis organizacionais, os funcionários possam dispor num curto espaço de tempo de recursos que outrora lhes eram inacessíveis ou de difícil acesso. Esta acessibilidade à informação permitiu rentabilizar recursos e acelerar processos de comunicação. Embora tenha contribuído largamente para a transformação das organizações e dos seus processos produtivos numa rede de processos mais eficazes, esta tecnologia abriu igualmente portas a desvios comportamentais no local de trabalho: funcionários a “passear” na Internet quando deveriam estar a trabalhar. A crescente utilização das tecnologias de informação em contexto organizacional trouxe inúmeras alterações à natureza e conteúdo do trabalho humano. Muitas tarefas se tornaram obsoletas outras surgiram e muitas foram modificadas. No entanto, são ainda escassos os estudos sobre a utilização indevida da internet no local de trabalho, chamada de cyberloafing. Citam-se como exemplos de utilização da Internet, considerada cyberloafing: mandar e-mails lúdicos; fazer compras online; estar em chats tais como o MSN ou o ICQ; postar em blogs; fazer downloads de músicas e filmes; participar em redes sociais como, por exemplo, o facebook; efetuar pagamentos de contas online, ou jogar em sites de apostas. Nesta perspectiva, autores referem que os trabalhadores se refugiam no cyberloafing por dois grandes fatores: lidar com certos tipos de estressores e a sobrecarga no trabalho. Relacionando isso aos serviços hospitalares entendemos que os profissionais vivem esses fatores por atividades desgastantes e déficit no dimensionamento de pessoal. Contudo, torna-se fundamental a discussão sobre o tema, já que os profissionais de enfermagem, cientes de suas atribuições, são responsáveis pela gestão do cuidado ao paciente, desempenhando um importante papel no alcance da qualidade dos serviços de saúde, permeando suas ações, focalizando o atendimento integral às necessidades humanas. Objetivo: Discutir a prática de cyberloafing e suas implicações para o cuidado de enfermagem ao paciente. Método: Trata-se de um relato de experiência a partir de vivências dos autores na prática hospitalar em um hospital de médio porte na região noroeste, interior do Rio Grande do Sul. Resultados: É indiscutível que a Internet é uma importante ferramenta para as organizações e seus negócios, pois a comunicação faz-se de maneira rápida e possibilita o acesso a grande quantidade de informações. Também não é menos verdade que possibilita acesso a outros conteúdos com outro propósito. Esse desvio de conduta pode ocasionar danos ao trabalho desempenhado por profissionais de saúde, em se tratando do âmbito hospitalar esses danos podem ser maiores ainda, pois se tratam de danos diretos ou indiretos ao paciente que de uma maneira ou de outra acabam comprometendo a segurança dos mesmos. Considerações finais: Importante desenvolver políticas que regulem o uso apropriado da Internet no âmbito hospitalar. Entretanto, o entendimento de que nenhuma política de uso da Internet terá o efeito pretendido se esta não estiver associada a uma cultura organizacional que influencia as atitudes e comportamentos dos trabalhadores.

Palavras-chave: Enfermagem; Cuidado; Tecnologia; Internet.


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