PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO NA ATENÇÃO À PESSOA COM TUBERCULOSE

Dagoberta Alves Vieira, Luize Barbosa Antunes, Jéssica Oliveira Tomberg, Eduarda Russo Gonçalves, Martina Dias da Rosa Martins, Roxana Isabel Cardozo Gonzales

Resumo


Introdução: No processo de cuidar as ações da promoção do autocuidado apresenta-se como potencialidade para o alcance da adesão ao tratamento da tuberculose (TB). De acordo com Silva et al (2009) autocuidado é uma ação desenvolvida em situações concretas da vida, que o indivíduo dirige para si mesmo ou para regular os fatores que afetam seu próprio desenvolvimento, atividades em benefício da vida, saúde e bem estar. Nesta perspectiva torna-se essencial conhecer a percepção das pessoas com TB quanto do processo saúde-doença, os fatores associados a elas visando qualidade na atenção e promoção do autocuidado no tratamento da doença. Diante do exposto é necessário que as equipes de saúde estejam apropriadas dos fatores que influenciam no fenômeno saúde- doença, afim de qualificar a atenção e promoção do autocuidado, nas pessoas em tratamento da TB. Objetivo: Descrever as ações de promoção do autocuidado desenvolvidas pelos profissionais de saúde em um ambulatório de referência em tuberculose. Método: Estudo de corte transversal realizado com pessoas em tratamento da TB no Programa Municipal de Controle da tuberculose de Pelotas no período de abril de 2013 a janeiro de 2014. Trata-se de um recorte do projeto multicêntrico elaborado pelo GEOTB/EERP-USP intitulado “Tuberculose: coordenação da assistência e estratégias para adesão ao tratamento em municípios da região Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil”, financiado pelo CNPq /edital Universal 14/2012. Para a coleta de dados foi aplicado formulário estruturado que contempla ações de orientação sobre a doença, tratamento, recebimento de informações escritas, orientações para vida saudável, disponibilidade para falar dúvidas e participação em grupo de pessoas com TB. Os dados foram tabulados e analisados através do programa statistica 7 da statasoft, por meio de frequências relativas e absolutas. Resultados: Participaram 108 pessoas, maioria do sexo masculino (63,0%), com média de idade de 43 anos, predominantemente com ensino fundamental incompleto (64,8%). Em relação às ações de promoção do autocuidado, identificou-se que 68,0% sempre receberem informações dos profissionais sobre TB e 4,6% referiram nunca ter recebido. Receber sempre orientações recebidas dos profissionais sobre o tratamento da doença foi citada por 86,1%. Em 71,3% dos participantes foi relatado sempre dispor de tempo suficiente para sanar dúvidas, enquanto que 5,5% mencionaram nunca haver disponibilizado tempo. Em relação ao recebimento de informações escritas 49,1% informaram nunca terem recebido esse recurso. No que diz respeito a orientação de procurar o serviço se dúvida 76,8% citou sempre receber esta orientação. Quanto as orientações para uma vida saudável (alimentação, prática de exercícios físicos, uso de bebidas e cigarros) 63,9% referiram sempre receber essa ação. Dos 108 participantes nenhum citou participar de algum grupo de pessoas com TB. Considerações finais: O estudo identificou a oferta de ações de promoção de autocuidado pelos profissionais de saúde que atuam no Programa Municipal do Controle da Tuberculose. Contudo, observou-se que nenhuma das ações ofertadas foram relatadas como realizadas sempre por todas as pessoas com tuberculose. Desta forma é necessário repensar estratégias que potencializem a oferta dessas ações. A oferta de informação escrita e formação de grupos, precisa ser discutida pela gestão e equipe de saúde em relação a sua relevância na promoção do autocuidado.

Palavras-chave: Tuberculose; Tratamento da Tuberculose; Promoção do autocuidado.

 


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