VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, DESENVOLVIMENTO INFANTIL E POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO

Bruna Rafaele Milhorini Greinert, Adriane Behring Bianchi, Eliete dos Reis Carvalho, Jennifer Susan Gabe, Maria Carolina Escoriça Pereira de Marin, Rute Grossi Milani

Resumo


Introdução: O contexto familiar caracteriza-se como ambiente primário para a existência e formação do ser humano, pois é nele que a criança estabelece seus primeiros vínculos afetivos, aprende a se relacionar e interagir com o mundo. A atuação da família está diretamente relacionada ao desenvolvimento de seus membros, seja ele saudável ou não.  Nesta perspectiva, a violência doméstica vivenciada por crianças configura-se como um evento estressor que pode afetar seu desenvolvimento. Tal fato justifica-se pelo o ambiente familiar permeado pela violência ao invés de acolher os conflitos infantis vivenciados nesta fase e estimular o relacionamento saudável entre seus integrantes, não possui recursos para lidar com situações diárias, como as opressões, as condições precárias de vida e o estresse. De acordo com a literatura pesquisada, infere-se que a família exerce significativo papel no processo de desenvolvimento do homem e a violência doméstica pode ser um fator agravante para o funcionamento saudável da família, interferindo na formação da criança. Objetivo: Analisar as consequências da violência doméstica para o desenvolvimento da criança e refletir sobre a atuação do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) junto à criança vitimizada. Método: Trata-se de um estudo teórico e as fontes de consulta foram artigos científicos, manuais e dissertações selecionados a partir das bases de dados eletrônicas, tais como: Scientific Electronic Library Online, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e bibliotecas universitárias.  Primeiramente abordaremos as consequências da violência doméstica para o desenvolvimento da criança. E, posteriormente, discorreremos sobre as possibilidades de intervenção do CREAS à criança vitimizada. Resultados: Diversas são as consequências da violência doméstica para o desenvolvimento infantil, pois os maus-tratos vivenciados no âmbito familiar desencadeiam prejuízos a curto, médio e longo prazo e podem interferir em seu amadurecimento biopsicossocial. De acordo com a literatura, crianças vítimas de violência apresentam com maior frequência algumas dificuldades comportamentais, pois apresentam alto índice de comportamento agressivo na escola. Estudos também revelam que crianças vítimas de violência possuem comprometimento no desempenho acadêmico e social, pois tem dificuldades na área da escrita e na adaptação frente a novas situações. Dentre as possibilidades de intervenção, o CREAS foi criado visando ofertar serviços a pessoas e famílias que tiveram seus direitos violados e que estão em condição de vulnerabilidade e risco psicossocial. Sua atuação objetiva fortalecer a função protetiva da família e restaurar o vínculo da criança com seus genitores, pois suas intervenções são realizadas no âmbito familiar e social. Considerações finais: Mediante os dados obtidos com a pesquisa, pôde-se concluir que a violência doméstica afeta o desenvolvimento infantil, desencadeando dificuldades comportamentais, escolares e sociais. A criança por meio de seu comportamento comunica suas dificuldades emocionais. O CREAS, por sua vez, mostra-se como uma importante estratégia para intervir junto à família em situação de violência, objetivando romper com este ciclo e oferecer suporte psicossocial. Tal fato permite à criança melhores condições para um desenvolvimento e amadurecimento saudável, pois as dificuldades familiares serão trabalhadas e orientadas pelos profissionais.

Palavras-chave: Risco Psicossocial; Vulnerabilidade Infantil; Desenvolvimento Biopsicossocial; Relacionamento Familiar.

 


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